A equipe técnica do projeto Além do Algodão foi em missão às províncias de Manica e Tete, em Moçambique, para mapear os potenciais compradores de subprodutos do algodão e de outras culturas agrícolas na região. O estudo de campo, que aconteceu entre 10 de fevereiro e 4 de março, identificou as instituições públicas e privadas que poderão comprar a produção prevista em Tete e Manica, e também de Sofala, outro importante centro de comercialização na região central do país.
O projeto Além do Algodão pretende encontrar fontes alternativas de renda e melhorar a segurança alimentar e nutricional dos agricultores familiares de algodão, por meio do processamento e venda de subprodutos e de outras culturas alimentares consorciadas. As informações coletadas na missão permitirão informar quem são os potenciais compradores, onde estão localizados, os produtos com melhor potencial de venda, além das exigências de qualidade e quantidade.
“Até o momento, 81 potenciais compradores foram mapeados e entrevistados, sendo destes 27 instituições públicas e 54 privadas, que incluem companhias de processamento, retalhistas, revendedores gerais e pequenos compradores”, disse Elvira Rendição, da equipe técnica do projeto em Moçambique. As análises iniciais indicam baixo conhecimento sobre o uso e o processamento de subprodutos do algodão na região, embora haja potencial de produção. A maior parte dos compradores tem preferência em adquirir culturas alimentares e de alto rendimento, principalmente o milho, mas também outros alimentos, como feijões, gergelim, soja e hortícolas.
O projeto Além do Algodão em Moçambique busca apoiar o desenvolvimento local sustentável pela priorização da compra de alimentos consorciado ao algodão produzidos no próprio distrito de cada província. Para o distrito, isso significa a geração de emprego e renda, fortalecimento e diversificação da economia local, valorizando as especificidades e os hábitos alimentares locais, o que promove o bem-estar da população.
O estudo resultante dessa missão também irá apoiar na elaboração de um plano logístico de oferta e demanda e buscará apontar meios para o estabelecimento de conexões entre os agricultores familiares de algodão e os mercados públicos e privados locais.