Na última semana, de 21 a 26 de outubro, aconteceu em Cuenca, no Equador, o XX Congresso Latinoamericano de Nutrição, da Sociedade Latinoamericana de Nutrição. O tema do evento foi Nutrição sustentável e inclusiva: um desafio multidisciplinar de saúde e teve como apoiadores o Programa Mundial de Alimentos (WFP), a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), além da FAO e do UNICEF.
O Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil foi representado pela nutricionista e coordenadora de projetos Eliene Sousa e também apoiou a participação da Secretaria de Educação do Distrito Federal, que apresentou a sua experiência na mesa de debates, compartilhada com representantes do escritório regional para a América Latina e o Caribe do WFP, o escritório de país do WFP no Equador e governo de Cuba. A sessão teve como tema os Modelos de Sistemas Alimentares Sustentáveis na Alimentação Escolar e as oportunidades e desafios para a América Latina e Caribe. Foram várias as experiências de sucesso compartilhadas e, na apresentação da representante brasileira, houve destaque para a evolução do Programa de Alimentação Escolar do Distrito Federal nos últimos 14 anos.
“O Programa de Alimentação Escolar do Distrito Federal atende 520 mil estudantes, com uma média de 505 mil refeições servidas por dia, sendo que entre os 59 alimentos oferecidos nos cardápios, apenas dois são ultraprocessados, havendo a previsão de que, em 2024, apenas um produto seja ultraprocessado”, disse Shirley Diogo, Analista de Assuntos Educacionais da Secretaria de Educação do DF.
A convergência dos normativos balizadores das políticas públicas em prol de uma alimentação saudável é extremamente importante, posto que, em 2014, o Ministério da Saúde lançou o Guia Alimentar para a população brasileira com conceitos inovadores sobre o grau de processamento de alimentos. Nesse cenário, houve a necessidade de se alinhar os regramentos do Programa de Alimentação Escolar ao Guia Alimentar.
Durante o evento, os nutricionistas da América Latina e Caribe e as agências das Nações Unidas discutiram temas como a migração, causando níveis alarmantes de desnutrição, especialmente entre as crianças, e a influência das emergências no aumento da má nutrição na região. Também foi colocado em evidência o consumo de alimentos ultraprocessados, o que tem causado aumento das doenças cronicas não transmissiveis e dos custos de saúde relacionados ao tratamento dessas enfermidades.
Por fim, as entidades da sociedade civil, instituições de saúde e universidades de países da América Latina e Caribe assinaram a adesão ao capítulo regional da Aliança Global para a alimentação saudável de meninas, meninos e adolescentes, que tem como propósito principal a prevenção da má nutrição em todas as suas manifestações. O documento reúne 10 recomendações e propõe a implementação delas nos países da região.
O Centro de Excelência contra a Fome do WFP vem discutindo ações para o enfrentamento da múltipla carga da má nutrição juntamento com os Ministerios da Saúde do Brasil, Colômbia e Peru, principalmente o sobrepeso e a obesidade infantil. Conheça um pouco mais do Projeto Nutrir o Futuro aqui.