Na última semana, no dia 12 de julho, foi divulgado o novo relatório das Nações Unidas, o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), que traz dados sobre a situação preocupante da insegurança alimentar e nutricional no mundo. Para disseminar os resultados e tratar mais afundo desse tema, o Banco de Alimentos de Osasco organizou uma live através do Instagram da organização na última quinta-feira, 20 de julho, para discutir possíveis soluções para o problema da fome crescente no mundo e no Brasil com personalidades e especialistas relevantes para o tema. A edição de 2023 do relatório revelou que entre 691 e 783 milhões de pessoas passaram fome em 2022, com uma média de 735 milhões.
Durante a live, foram discutidos os principais temas apresentados no relatório, como as causas da insegurança alimentar e a fome, dados sobre a insegurança alimentar e nutricional no mundo e no Brasil, a metodologia do relatório, a importância dos dados para o apoio a políticas públicas, megatendências dos sistemas agroalimentares e a relação entre alimentação-nutrição-desenvolvimento. Para Igor Carneiro, Coordenador e Oficial de Parcerias do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP), os dados do relatório servem para apoiar políticas públicas em todos os níveis voltadas para a população, em especial as pessoas em situação de vulnerabilidade. “Com quase sete em cada dez pessoas projetadas para morar nas cidades até 2050, essa megatendência está moldando os sistemas agroalimentares e sua capacidade de fornecer dietas saudáveis acessíveis para todos e ajudar a erradicar a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição. O SOFI 2023 reafirma a necessidade urgente de abordar as mudanças climáticas, conflitos, desacelerações econômicas e desigualdades persistentes que contribuem para seus impactos desproporcionais em populações vulneráveis, se quisermos progredir em direção ao nosso objetivo de acabar com a fome até 2030 – ODS2. Isso tudo é muito importante, pois impacta diretamente o PIB dos países, sua produtividade e a saúde da população.”, disse Igor.
Além disso, a CEO e fundadora do Movimento Fome de Tudo, Úrsula Corona, também levantou a questão do desperdício de alimentos e sua contribuição para o problema da fome no mundo. “A primeira questão que eu vejo é a cultura do desperdício. É importante entendermos como uma pessoa comum prioriza uma mudança dentro de casa, no seu núcleo familiar”, afirmou Úrsula. Ela também deu dicas para os participantes de como se organizar na hora das compras, aproveitar os alimentos integralmente e ressaltou a importância da compostagem.
A transmissão ao vivo contou com cerca de 1925 pessoas e teve a participação de João Perez, gestor da Segurança Alimentar de Osasco-SP, Úrsula Corona, CEO e fundadora do Movimento Fome de Tudo e apoiadora do WFP e do Pacto Global da ONU, Igor Carneiro, Coordenador e Oficial de Parcerias do Centro de Excelência contra a Fome do WFP e Isis Domingues, doutoranda da FGV/SP e pesquisadora residente no Institute of Development Studies, em Brighton, Reino Unido, no debate.
Leia aqui o relatório completo do SOFI 2023 (em inglês).