Nesta terça-feira, 27 de setembro, o Diretor do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, Daniel Balaban, participou do webinário “Fome e políticas públicas: A complexidade da segurança alimentar no Brasil”, organizado pela empresa Sênior Gestão Social, especializada em assessoria e consultoria na gestão em assistência social. O evento foi gratuito e voltado para profissionais das áreas de políticas de assistência social, segurança alimentar e nutricional e saúde.
Durante o seminário, Daniel Balaban detalhou o trabalho do Programa Mundial de Alimentos, responsável por distribuir alimentos e ofertar ajuda humanitária em 123 países, e explicou o trabalho do Centro de Excelência do WFP no Brasil, que se dedica a apoiar a formação de políticas públicas, a aprendizagem, o desenvolvimento de capacidades e a assistência técnica Sul-Sul para promoção de ações de combate à fome. “Nosso principal trabalho no Centro é fazer com que países criem políticas para não necessitarem mais de ajuda externa, da ONU e de outros países. Para isso, eles têm que investir em políticas públicas”, afirmou.
Segundo o Diretor, é a continuidade dessas políticas públicas que garante que a população tenha acesso a direitos básicos, como acesso a alimentação nutritiva e saudável. Para ele, “a fome tem solução e para isso temos que ter vontade política de resolver o problema”. Sem esse investimento contínuo, há risco de que os países voltem a enfrentar cenários de insegurança alimentar e desigualdade social.
Para mudar esse cenário, Daniel Balaban deu exemplos de boas práticas de combate à fome desenvolvidas pelo WFP, ancoradas em quatro pilares principais: ajuda humanitária, investimento em educação, políticas de auxílio a pequenos produtores rurais e investimento em ciência e tecnologia.
Já Andreia Lauande, palestrante convidada do evento, assistente social e mestra em políticas públicas pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), falou sobre a relação entre assistência social e segurança alimentar, além de fazer um panorama da pandemia de COVID-19 e como ela influenciou no cenário brasileiro. Contudo, Andreia argumentou que a fome não é uma problemática que surge com a pandemia do coronavírus. “Infelizmente, não é só a pandemia responsável por esse processo. Nós passamos por uma crise extremamente complexa que se acentuou com a pandemia”, ressaltou.