Nesta semana, o projeto de cooperação trilateral para escoamento dos subprodutos do algodão e culturas associadas na África foi oficialmente iniciado, após um período de planejamento. No dia 21 de maio, ocorreu a primeira reunião do Comitê Gestor do projeto, que acordou o plano de trabalho da iniciativa para os próximos 12 meses. Em seguida, no dia 25, foi realizada a apresentação do projeto para os embaixadores dos quatro países que participam da iniciativa de cooperação com o Brasil e o Centro de Excelência: Benim, Moçambique, Quênia e Tanzânia.
De acordo com o plano aprovado pelo Comitê Gestor, até o final de 2018 serão realizadas missões de prospecção aos quatro países para a elaboração de diagnósticos. Esses diagnósticos serão a base para a preparação de projetos específicos para cada país, de acordo com as demandas e potenciais identificados.
O objetivo do projeto é apoiar pequenos produtores de algodão e instituições públicas dos quatro países africanos no escoamento dos subprodutos do algodão, como óleo e torta, e de produtos consorciados, como milho, sorgo e feijão. Com isso, espera-se que o projeto contribua para a geração de renda desses produtores e para sua segurança alimentar e nutricional. Serão realizadas atividades de capacitação de agricultores, de sensibilização e apoio técnico a instituições públicas e de intercâmbio regional.
O embaixador João Almino, diretor da Agência Brasileira de Cooperação, afirmou durante a apresentação do projeto aos embaixadores, que a iniciativa “nasceu dos êxitos que a cooperação brasileira tem na área do algodão. Os países foram escolhidos por sua participação exitosa em outras iniciativas e por terem manifestado interesse em se envolver em mais esta iniciativa”. O embaixador explicou, ainda, que outras instituições públicas brasileiras, como Embrapa, Conab e FNDE, poderão se envolver no projeto e oferecer intercâmbio técnico, de acordo com as demandas dos países.
Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência, destacou que “todo projeto de cooperação requer o trabalho conjunto. Nós não temos todas as respostas, vamos construir conjuntamente uma solução única para cada país, que leve em consideração as características ambientais, sociais e econômicas de cada um”. Balaban ressaltou também que as soluções desenvolvidas nos países parceiros se reverterão em benefícios para a cadeia do algodão no Brasil. “A cooperação Sul-Sul é sempre de mão dupla, ao mesmo tempo em que ajudamos os países, aprendemos com eles para melhorar nossas próprias práticas”.
O embaixador do Quênia, Isaac Ochieng, afirmou que “a segurança alimentar a criação de empregos compõem um dos quatro pilares do plano de governo do país, e o Brasil foi apontado como o exemplo a ser seguido nessas áreas”. O embaixador disse ainda que esse projeto vai melhorar a saúde, a educação e a nutrição e terá impactos em diversas outras áreas, como infraestrutura.
O projeto está sendo executado pelo Centro de Excelência contra a Fome, com coordenação da Agência Brasileira de Cooperação e apoio financeiro do Instituto Brasileiro do Algodão.