04 de março é o Dia Mundial da Obesidade, data criada para chamar a atenção para esse problema de saúde global, além de propor discussões sobre o tema no intuito de combater o preconceito que envolve a temática. A obesidade é considerada uma enfermidade pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que pode influenciar no desenvolvimento de outros problemas de saúde e afeta todos os grupos etários. Discussões sobre o assunto são fundamentais para prevenir e reverter esse quadro.
De acordo com o relatório de 2022, O Estado de Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (State of Food Securty and Nutrition in the World – SOFI), a prevalência de sobrepeso entre crianças abaixo de 5 anos aumentou de 33.3 milhões para 38.9 milhões entre 2000 e 2020. Já o número global da prevalência da obesidade entre adultos praticamente duplicou no período entre 2000 e 2016, indo de 343.1 milhões (8,7%) para 675.7 milhões (13,1%), sendo a maioria dessas pessoas mulheres.
Segundo o relatório, países de renda média baixa concentram os maiores percentuais de crianças abaixo de 5 anos com sobrepeso, seguido de países de renda média alta. Para adultos, a maior parte de casos de obesidade está em países de renda média alta, seguido de países de renda alta. Entre os grupos mais vulneráveis, crianças abaixo de 5 anos e mulheres, o número de casos com obesidade é superior na América Latina e Caribe.
Soluções: prevenção e cuidados
Embora os números sejam preocupantes, é possível conter os avanços da obesidade, inclusive entre o público infantil, seguindo algumas recomendações de saúde. O Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, por meio do projeto Nutrir o Futuro, produziu dois policy briefs sobre ações de atenção, cuidado e prevenção à obesidade infantil, no Brasil, Colômbia e Peru: Ações de Prevenção e Atenção no Brasil, Colômbia e Peru e Estratégias para Prevenção e Cuidado (em nível local).
As publicações estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 3 – Saúde e Bem-estar da ONU. O objetivo é apresentar informações para contribuir com estratégias de combate à obesidade elaboradas por gestores públicos locais. Medidas de controle à obesidade infantil podem apoiar na prevenção e na redução dos custos governamentais com doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) e outras complicações.
Uma das principais medidas é o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e continuado até dois anos ou mais, isso auxilia crianças a regularem melhor a quantidade de comida ingerida, pois o leite materno nutre as crianças com vitaminas, minerais e hormônios que ajudam no controle do apetite e colaboram com os mecanismos de saciedade.
Os documentos também destacam como a promoção de ambientes saudáveis são fatores relevantes para evitar o crescimento do sobrepeso e obesidade. A organização de locais que estimulem a atividade física ao ar livre, incentivem as crianças a consumir frutas, vegetais e hortaliças e reduzam o consumo de alimentos ultraprocessados, como biscoitos doces e salgados e guloseimas, são alternativas para mitigar as chances de desenvolver obesidade entre crianças.
Ademais, os policies briefs destacam ações operacionais à nível governamental que são úteis para monitoramento e avaliação da situação nutricional de crianças e adolescentes. Os equipamentos de vigilância alimentar e nutricional devem ser levados em consideração como mecanismos de acompanhamento dos casos. O fortalecimento da atenção primária à saúde é um meio de identificar o estado nutricional da população e, consequentemente, reduzir o risco de comprometimentos na alimentação que conduzam à obesidade.
Essas são algumas das diversas ferramentas que o Nutrir o Futuro apresenta para apoiar o desenvolvimento de ações e políticas públicas de controle e prevenção da obesidade. Ações intersetoriais entre gestores da saúde e educação, comunidade acadêmica e instituições são algumas formas de controlar e prevenir a obesidade em todo o mundo. Clique aqui e saiba mais sobre o projeto.