O dia 22 de março marca o Dia Mundial da Água, uma data das Nações Unidas criada em 1993 como forma de chamar a atenção para a importância da água doce e de defender a gestão sustentável de seus recursos. Esse ano, o tema trata de acelerar as mudanças para resolver a crise da água e do saneamento. Hoje, uma em cada quatro pessoas – 2 bilhões de pessoas em todo o mundo – não tem água potável segura, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da UNICEF.
Promover a gestão adequada da água nos sistemas alimentares é fundamental para garantir a segurança alimentar e nutricional e a sustentabilidade ambiental, já que a água é um recurso essencial para todas as etapas da cadeia alimentar . É preciso garantir o acesso à água potável para consumo humano, para aumentar a eficiência do uso de irrigação para produção de alimentos e para valorizar os alimentos locais e sazonais, que impactam menos o consumo da água em seus sistemas produtivos.
A maioria das pessoas em situação de insegurança alimentar do mundo vive em ambientes áridos, onde a disponibilidade de água é restrita ou em áreas onde a água é abundante, mas a qualidade e o acesso são muitas vezes comprometidos. As crises ambiental e climática exacerbam a insegurança alimentar e hídrica. De acordo com o Programa Mundial de Alimentos (WFP), 75% de todos os desastres recentes foram relacionados com a água, causando danos econômicos de quase US$700 bilhões nos últimos 20 anos.
Centro de Excelência, segurança no acesso à água e combate a fome
Sem água não há segurança alimentar e por isso não é possível separar a luta pelo acesso à água do combate à fome a e à desigualdade. Para auxiliar países a garantir o acesso a recursos hídricos e, consequentemente, a segurança nutricional e alimentar, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores junto ao Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, por meio do projeto Além do Algodão, têm realizado ações no Benim, Moçambique e Tanzânia voltadas para apoiar a produção agrícola e segurança alimentar e nutricional de agricultores familiares e crianças em idade escolar.
Na Tanzânia, o Centro de Excelência em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), ABC e o escritório do WFP no país implementaram cisternas de placas com capacidade de 16 mil litros destinadas à captação e armazenamento da água da chuva para consumo humano, saneamento e manutenção de etapas dos sistemas alimentares da população local. As ações do Além do Algodão têm beneficiado agricultores familiares quanto a produção de alimentos, como armazenamento e gestão do recurso hídrico em distritos da Tanzânia.
“O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 da Agenda 2030 da ONU visa garantir o acesso à água potável e ao saneamento básico para todos até 2030. Além do acesso à água de qualidade para consumo, essa meta é crucial para garantir o desenvolvimento e a manutenção dos sistemas alimentares”, afirma a engenheira agrônoma e assistente técnica do Centro de Excelência, Thaynara Dias.