No dia 18 de novembro, Daniel Balaban fez o discurso de abertura do 8º Dia Africano de Segurança Alimentar e Nutricional, celebrado na Costa do Marfim. O tema da comemoração desde ano foi “Promoção de Sistemas Alimentares Sustentáveis para Dietas Saudáveis e Melhor Nutrição”. Cerca de 180 representantes de 25 países participaram do evento, inclusive ministros da Agricultura, para compartilhar experiências e discutir os desafios de garantir segurança alimentar e nutricional para todos.
O propósito do Dia Africano de Segurança Alimentar e Nutricional (DASAN) é incentivar a intensificação dos compromissos políticos e financeiros em todos os níveis para responder aos atuais desafios de segurança alimentar e nutricional na África. O DASAN serve como plataforma nos níveis nacional, regional e continental para o compartilhamento de experiências, conhecimentos e aprendizagem mútua, assim como para o monitoramento do progresso de governos e parceiros em garantir segurança alimentar e nutrição para todos.
Em seu discurso de abertura, o diretor do Centro de Excelência contra a Fome, Daniel Balaban, reconheceu o papel que o Programa Mundial de Alimentos desempenha na África como parte de seu mandato de promoção da segurança alimentar e nutricional e destacou a importância do compromisso de governos para esse objetivo.
“Estamos conscientes de que atingir nossas ambições até 2030 vai requerer que não apenas o PMA, mas todo o mundo garanta o acesso à alimentação nutritiva durante todo o ano para eliminar a desnutrição, ampliar as oportunidades econômicas no meio rural, prevenir o desperdício de alimentos e promover o desenvolvimento agrícola sustentável. Estamos com mais pressão do que nunca para superar esses desafios rapidamente e atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da Fome Zero”, ele disse.
Desafios africanos
A necessidade de investimentos em nutrição nunca foi tão clara. O PMA tem trabalhado globalmente e, mais especificamente, com a União Africana e vários países africanos para avaliar o impacto da má-nutrição, por meio do estudo “Custo da Fome na África”. O estudo traduz em números a carga da desnutrição: 44% da mortalidade infantil na África está associada à desnutrição, e apenas 1 de cada 5 crianças sofrendo de desnutrição recebe atendimento médico adequado.
Isso se reflete no desenvolvimento das crianças e em sua capacidade de aprender. O estudo revela que 18% da repetência escolar está associada à desnutrição e que crianças desnutridas têm 3,6 anos de estudo a menos. “A força de trabalho é impactada por essas tendências, e todos esses fatores resultam em perdas econômicas e humanas para os países. Este é um fato impressionante: os custos anuais associados à desnutrição infantil podem chegar a 16,5% do PIB de um país”, ressaltou Balaban.
Em reconhecimento à inaceitável e crônica crise de fome e má-nutrição na África, os chefes de estado da União Africana declararam o Dia Africano de Segurança Alimentar e Nutricional, durante a 15ª Sessão Ordinária da Cúpula da União Africana, realizada em Kampala, Uganda, em julho de 2010. Desde a comemoração inaugural em Lilongwe, Malawi, no dia 31 de outubro de 2010, o DASAN foi comemorado sete vezes.