Na quinta-feira, 7 de outubro, Brasil, Colômbia e Peru participaram de um seminário online para discutir a agenda do Ano Internacional das Frutas e Verduras, no âmbito do projeto Nutrir o Futuro. Esse foi o terceiro Seminário realizado entre os países para a construção de um trabalho conjunto para a implementação de políticas capazes de reverter o quadro de múltipla carga de má nutrição, em especial a obesidade infantil, que é o principal objetivo do projeto de Cooperação Sul-Sul, feito em parceria com o Ministério da Saúde do Brasil e a Agência Brasileira de Cooperação.
O evento teve como objetivo compartilhar experiências desenvolvidas pelo setor saúde, no âmbito nacional, visando contribuir para o aumento do consumo de frutas, verduras e legumes no Brasil, no Peru e na Colômbia. Cada país fez uma apresentação de 15 minutos sobre suas ações relacionadas ao tema e a importância para promoção da saúde, fornecendo um panorama geral das ações nacionais, incluindo como estão organizadas, quais são as mais estratégicas, os pontos fortes e os desafios, além de formas de implementação, avaliação e monitoramento.
Na apresentação brasileira, foram destacadas as ações que o país está promovendo no âmbito das comemorações do Ano Internacional das Frutas e Verduras, estabelecido em 2021 pelas Nações Unidas. O Brasil já realizou cinco encontros regionais, um para cada região do país, que promoveram debates sobre como melhorar a nutrição da população por meio do aumento do consumo desses alimentos. Paloma Abelim, Coordenadora Substituta da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, destacou a importância das cantinas escolares na oferta de alimentos ainda mais saudáveis. “Precisamos avançar para que as cantinas promovam escolas ainda mais saudáveis, com oferta de alimentos in natura e minimamente processados”, disse.
A equipe técnica do Ministério da Saúde da Colômbia relatou que, para promover a alimentação saudável, são produzidos guias alimentares que orientam a população de forma clara sobre frutas e verduras. Também são realizadas estratégias em ambientes comunitários, fornecendo informações sobre a importância de consumir alimentos in natura com ênfase nos alimentos sazonais, que em época de safra são mais econômicos. No âmbito das iniciativas escolares, um dos projetos-piloto em andamento no país inclui oficinas de gastronomia para o consumo de frutas e verduras, a partir de receitas simples e utilizando produtos locais. “As hortas escolares também são uma estratégia para incentivar o consumo de frutas e verduras a partir da primeira infância e as crianças são multiplicadoras dessas informações para a população adulta”, disse Elisa Cadena, Vice-Diretora de Saúde Nutricional do Ministério da Saúde da Colômbia.
Por fim, Beatriz Quispe, representante do Peru, ressaltou que, como parte do plano nacional de nutrição, prevenção e controle da anemia, o país capacita profissionais da saúde para fazerem consultorias nutricionais que enfatizem a importância do consumo de frutas e verduras para a gravidez, o aleitamento materno e os primeiros anos de vida. No âmbito escolar, o país tem uma série de documentos normativos sobre alimentação saudável, com ênfase no consumo de frutas e legumes. Já entre as estratégias comunicacionais desenvolvidas pelo país para incentivar o consumo desses alimentos estão a divulgação, em redes sociais, dos concursos de receitas virtuais e as parcerias com mercados e vendedores.
Ano das Frutas e verduras da ONU como parte do projeto Nutrir o Futuro
A inserção do tema de produção, abastecimento e consumo de frutas e verduras em uma estratégia de incentivo às redes de informação apoiam os países a alcançarem o objetivo final do projeto Nutrir o Futuro, que é a implementação de políticas capazes de reverter o quadro de múltipla carga de má nutrição, em especial a obesidade infantil. O incentivo ao consumo desses alimentos é fundamental para a promoção da alimentação adequada e saudável, com maior diversidade no consumo alimentar, o que tem um importante papel na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e de todas as formas de má nutrição.
Nos próximos meses, o projeto irá seguir na divulgação de materiais de apoio para que gestores possam promover essas discussões em suas localidades e garantir que suas populações tenham hábitos alimentares saudáveis e uma vida mais produtiva. O projeto Nutrir o Futuro é resultado de uma parceria entre o Centro de Excelência contra a Fome do WFP, o Ministério da Saúde e a Agência Brasileira de Cooperação. Saiba mais.