Na terça-feira, 21 de setembro, o Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil recebeu uma delegação do Lesoto como os primeiros participantes da “Visita de Estudo Virtual: Brasil”, uma iniciativa conjunta em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para mostrar a exitosa experiência brasileira do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A visita tem como objetivo apresentar virtualmente as informações mais relevantes compartilhadas em visitas in loco ao Brasil, apoiando o trabalho da parceria Brasil-WFP na disseminação global das melhores práticas em segurança alimentar e nutricional, mesmo no contexto de restrições de viagens.
O workshop de abertura reuniu 45 participantes do governo e entidades internacionais do Lesoto, incluindo o escritório local do WFP, e representantes do FNDE, da ABC, da Embaixada do Brasil em Pretória e do Centro de Excelência do WFP. Durante o evento, os dois governos traçaram um panorama de seus programas de alimentação escolar, apresentando suas principais características e desafios. Durante a abertura, o Embaixador Ruy Carlos Pereira, Diretor da ABC, destacou a originalidade da iniciativa. “O objetivo da experiência é proporcionar um panorama totalmente remoto do PNAE, dando continuidade, em um novo formato, a uma série de visitas presenciais que vêm sendo realizadas no Brasil desde 2010. Esta ferramenta, apesar de não substituir a interação presencial, permite-nos adaptar e resistir ao contexto desta pandemia sem precedentes ”, disse o embaixador.
Marcelo Ponte, presidente do FNDE, mencionou a importância da cooperação Sul-Sul na criação de soluções sustentáveis para os dois lados. “O Brasil já apoiou vários países africanos para construir ou aprimorar ações em alimentação escolar. Receber esses pedidos de parceria para nós é um sinal de sucesso, um sinal de que o programa está fazendo muito sucesso ”, afirmou. Tanto o Dira Khama, Secretário Principal da Educação Básica, como Thuto Ntsekhe, Chefe do Ensino Primário, do Ministério da Educação e Formação do Lesoto, enfatizaram a urgência da questão. “Muitos aspectos do nosso atual esquema de alimentação escolar têm suas origens nas estratégias brasileiras de segurança alimentar e agricultura. Precisamos nos apoiar, mais do que nunca. No Lesoto e em muitos outros países africanos, a desnutrição está crescendo”, disse o Dira Khama.
Daniel Balaban, Diretor do Centro de Excelência do WFP no Brasil, e Aurore Rusiga, Diretora do WFP no Lesoto, lembraram a importância de soluções novas e adaptáveis no processo de recuperação da pandemia da COVID-19, que ameaça os ganhos de desenvolvimento globais alcançados em nas últimas décadas. “Esta modalidade virtual combina nossos melhores esforços e práticas para fornecer assistência de qualidade para todos, em qualquer lugar e a qualquer hora – mostrando que não precisamos estar sempre na mesma sala para defender e trabalhar por melhores programas de alimentação escolar”, disse Daniel Balaban.
Concluindo a sessão, o Embaixador Sérgio Danese, Chefe da Embaixada do Brasil em Pretória, lembrou a relação de longa data entre os dois países. “Embora diferentes em tamanho e história, Brasil e Lesoto têm muito em comum como países em desenvolvimento, com muitos desafios que marcam nosso campo social, econômico e político. São questões urgentes que enfrentamos e em torno das quais podemos e devemos cooperar ”, afirmou.
A metodologia da Visita de Estudo Virtual foi construída a partir da experiência brasileira adquirida com o PNAE, que o Centro de Excelência do WFP vem compartilhando com outros países nos últimos dez anos, em parceria com o FNDE e a ABC. O workshop de abertura será seguido por uma série de vídeos cobrindo os tópicos mais centrais do PNAE, incluindo o quadro legal do programa, financiamento, capacidade institucional, desenho e implementação, bem como seus componentes de participação comunitária e compras de pequenos agricultores. A delegação é então convidada novamente para uma sessão virtual ao vivo de acompanhamento, onde os participantes podem fazer perguntas, trocar experiências e mapear os próximos passos em um workshop final.
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