O número de pessoas vivendo com diabetes tem aumentado a cada ano. Só na região das Américas, nos últimos 30 anos, este número praticamente triplicou chegando a, ao menos, 62 milhões de pessoas, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Crianças e adolescentes também sofrem com a doença, sendo que o diabetes tipo 1 é mais frequente nas mais novas e o diabetes tipo 2, nos adolescentes obesos. A sindemia global de obesidade e as outras formas da má nutrição associada às mudanças climáticas é um fator determinante no aumento das doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes.
Para enfrentar as questões que contribuem para o aumento da doença no mundo e fortalecer os debates em torno do tema, o dia 14 de novembro é marcado como o Dia Mundial do Diabetes. A enfermidade pode se desenvolver de duas formas: diabetes tipo 1, onde o indivíduo é acometido pela doença devido a alterações genéticas que modificam a produção de insulina e, consequentemente, geram mudanças na absorção de carboidratos pelas células; diabetes tipo 2, onde a enfermidade está relacionada aos hábitos alimentares e de saúde do indivíduo.
O consumo de alimentos calóricos, gordurosos, ricos em açúcar simples, baixa quantidade de fibras e falta de exercício físico podem levar a um cenário propício para desenvolvimento da doença, no caso do diabetes tipo 2. Um grupo de alimentos que colabora para esse cenário são os ultraprocessados, muitas vezes ricos em gorduras, sal e açúcares livres, que favorecem alterações fisiológicas no processo metabólico da insulina.
Esses hábitos estão inseridos dentro do contexto da má nutrição. Quando o consumo desses alimentos se sobrepõe ao consumo de alimentos saudáveis, como por exemplo as frutas, hortaliças, cerais integrais, pode levar ao desenvolvimento de doenças crônicas. Além disso, existem também os determinantes sinérgicos da má nutrição, que, em outras palavras, são fatores que podem contribuir para a má nutrição, sendo alguns deles: renda, acesso aos serviços de saúde, nível de escolaridade e áreas disponíveis para atividades físicas.
O Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, diante do desafio de conter o aumento do diabetes e da obesidade atua, através do projeto Nutrir o Futuro, em parceria com os Ministérios da Saúde do Brasil, Colômbia e Peru e a Agência Brasileira de Cooperação, para enfrentar a múltipla carga da má nutrição em crianças e adolescentes em idade escolar.
Estes temas são pauta de dois Policy Briefs do projeto, que buscam orientar gestores públicos sobre o tema. Os documentos apontam como uma alimentação diversificada e rica em micronutrientes e fibras pode reduzir a chance de desenvolvimento de doenças como o diabetes. Além disso, os Policy Briefs trazem exemplos e recomendações que estimulam hábitos saudáveis, como o incentivo do exercício físico para conter o excesso de peso e obesidade, fatores relacionados a doença, especialmente nas crianças.
Neste sentido, o Centro de Excelência, por meio dessas publicações do projeto Nutrir o Futuro, busca estimular o consumo de alimentos saudáveis que atuam no enfrentamento de diversas doenças. No nível das cidades, vale a pena destacar ações que podem ser promovidas para diminuir o impacto do diabetes infantil, por meio da prevenção e do cuidado com a obesidade, como a promoção da saúde nas escolas, campanhas de comunicação em saúde, atividade física nas cidades, medidas ficais e protetivas de alimentos, ambientes alimentares saudáveis e ações na atenção primária à saúde.
Acesse aqui o Policy Brief #1 e o Policy Brief #2 sobre obesidade infantil.