
Neste 5 de agosto, Dia Nacional da Saúde, elaboramos cinco perguntas ao nutricionista do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, Osiyallê Akanni, para descobrir como promover uma vida saudável a partir do nosso prato de comida.
Podemos dizer que saúde começa no prato?
O prato de comida é um fator dentro da cadeia da saúde. A qualidade doar que respiramos, a origem do alimento, a qualidade do alimento, as condições de habitação, os hábitos de vida e outros fatores compõem, de forma interligada, a saúde.
Nosso “Prato Feito” brasileiro é sinônimo de prato saudável e nutritivo?
Pergunta difícil, pois o prato do brasileiro não se resume ao conhecido “arroz e feijão”. Estes alimentos por si só são saudáveis, mas é preciso considerar as especificidades de cada cidade e/ou região para que o prato saudável seja, ao mesmo tempo, representativo e acessível a quem for se alimentar.
Como deve ser um prato que forneça todos os nutrientes necessários para termos saúde?
Ele precisa ser montado com alimentos provenientes da agricultura familiar, da agroecologia e da sociobiodiversidade. Deve ser um prato rico em alimentos in natura ou minimamente processados e com alimentos que respeitem a cultura alimentar local. Quanto menos tiver alimentos ultraprocessados, pobres em vitaminas, minerais e bastante calóricos, será melhor para nossa saúde. Ao passo que inserir alimentos ricos em nutrientes colabora para a saúde e prevenção de doenças.
Enquanto nutricionista, quais dicas você daria para termos uma vida saudável?
Além de erradicar ou restringir o volume de alimentos calóricos provenientes de ultraprocessados, alguns fatores para uma vida saudável são: dormir, praticar atividade física, se alimentar bem e ter práticas diárias que promovam bem-estar.
O que a saúde tem a ver com sistema alimentar?
É importante entendermos que o sistema alimentar é um conceito que abrange a qualidade de nutrientes presentes no solo, o plantio de culturas agrícolas, a colheita, o armazenamento com cumprimento sanitário adequado, a distribuição dos alimentos, o consumo e o descarte de alimentos. Logo, se estas etapas (ou outras que estejam inseridas neste processo) prejudicarem a saúde – como a utilização de agrotóxicos no plantio e consumo de alimentos com estes compostos químicos possibilitando, assim, o desenvolvimento de doenças- a saúde dos indivíduos pode ser fragilizada.
Portanto, é preciso que todas as fases dos sistemas alimentares sejam sustentáveis, tanto para a natureza (de onde os alimentos são gerados) como nos mecanismos que promovem a composição do prato de comida que nos alimentamos todos os dias.