Carmen Burbano, Diretora de Alimentação Escolar no WFP, apresenta dados globais sobre alimentação escolar durante a pandemia.
Carmen Burbano, Diretora de Alimentação Escolar do Programa Mundial de Alimentos (WFP), e Karine Santos, Coordenadora do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), participaram do painel “Alimentação Escolar como Ferramenta para Combater a Fome”, que aconteceu na terça-feira, 3 de novembro, como parte da edição 2020 do Global Child Nutrition Forum (GCNF). O evento, que está acontecendo online pela primeira vez, é uma conferência de intercâmbio de aprendizagem e assistência técnica realizada anualmente para apoiar os países no desenvolvimento e implementação de programas de alimentação escolar sustentável.
Em sua fala, Karine Santos apresentou o e-PNAE, um aplicativo que conecta famílias, alunos, comunidade acadêmica, gestores e nutricionistas, permitindo a troca de informações sobre alimentação escolar. “O aplicativo é um exemplo de avanço na fiscalização e participação da comunidade escolar nessa política pública tão importante, especialmente no momento em que as aulas estão suspensas e que muitos alunos não têm acesso a outras refeições além do que recebem na escola”, disse Karine.
Karine Santos também deu um panorama da alimentação escolar no país e apresentou as mudanças feitas durante a pandemia. O PNAE está presente em todos os estados da federação e atende mais de 40 milhões de alunos matriculados em mais de 150.000 escolas públicas. A coordenadora explicou que, com a chegada da pandemia, a lei nacional de alimentação escolar foi alterada para permitir a flexibilização da distribuição dos alimentos para as famílias mesmo com as escolas fechadas. “Esses kits precisavam necessariamente seguir as diretrizes do programa, pensando nas necessidades alimentares dos alunos, diversidade dos alimentos e com priorização dos alimentos da agricultura familiar”, contou Karine.
Karine Santos, Coordenadora do PNAE, apresenta detalhes do programa no Brasil.
Desafios para alimentação escolar em todo o mundo
Cerca de 90% das crianças no ficaram sem aula em decorrência da pandemia da COVID-19. Isso significa que as crianças vulneráveis estão perdendo não apenas acesso à educação, mas também a serviços vitais, como nutrição e saúde. No auge da crise, 369 milhões de crianças estavam ficaram sem refeições escolares em todo o mundo. Esses são alguns dos números chocantes que têm imposto desafios aos gestores de programas de alimentação escolar em todo o mundo. O Programa Mundial de Alimentos tem trabalhado com parceiros para ajudá-los a encontrar soluções para aliviar os efeitos da crise e também planejar para a fase pós-pandêmica.
Em sua apresentação, Carmen Burbano, Diretora de Alimentação Escolar do WFP, disse que as Nações Unidas têm se dedicado a fornecer análises e orientações aos países e escritórios do WFP durante a pandemia, incluindo o compartilhamento de publicações e documentos sobre como as escolas podem se preparar para a fase pós-pandêmica . O último desses documentos é um white paper sobre a situação do sistema educacional em geral e as prioridades para o futuro, incluindo a alimentação escolar. Carmen destacou, ainda, que, mesmo com as mudanças implementadas por vários países durante a pandemia, muitas crianças ainda estão sem receber alimentação. Ela também pediu aos países que usem programas de alimentação escolar como um incentivo para trazer as crianças de volta à escola quando elas forem reabertas.
O painel foi moderado por Boitshepo Bibi Giyose, Oficial Sênior de Nutrição da FAO, e contou com apresentações de Rafael Fabrega, Diretor de Alimentos para o Desenvolvimento da Tetra Laval, e Cindy Long, Administradora Adjunta de Serviços de Nutrição Infantil do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. A traduções simultânea do português para o inglês foram fornecidas pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC).
A gravação do painel Alimentação Escolar como Ferramenta de Combate à Fome está disponível aqui.
Para saber mais sobre o Global Child Nutrition Forum e se inscrever para as sessões restantes, visite www.gcnf2020.org