A edição 2020 do Global Child Nutrition Forum (GCNF) terminou na quinta-feira, 12 de novembro, com o lançamento do comunicado oficial, que destaca as principais questões levantadas durante o evento e lista recomendações para programas de alimentação escolar em todo o mundo. Este ano, o documento foi elaborado de forma colaborativa em reuniões online ao longo de duas semanas. Todos os 624 participantes, representando 35 países, puderam participar das sessões de elaboração do Comunicado e fornecer contribuições e comentários. O documento foi apresentado durante a cerimônia de encerramento do evento, que também incluiu apresentações de países, executivos do GCNF e do WFP.
Daniel Balaban, Diretor do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, participou da cerimônia de encerramento e discursou sobre a importância do trabalho realizado pelos profissionais que atuam em programas de alimentação escolar em todo o mundo e que mantiveram as atividades apesar da pandemia. Ele também comentou sobre o Prêmio Nobel da Paz concedido ao Programa Mundial de Alimentos (WFP), que jogou luz sobre a questão do combate à fome. “O prêmio nos deu uma plataforma para que nossos apelos fossem ouvidos. Foi uma mensagem forte aos governos e ao setor privado para continuarem investindo em soluções sustentáveis de combate à fome, como programas de alimentação escolar ”, afirmou. Daniel Balaban acrescentou que a cooperação é um elemento-chave nesse processo e as parcerias podem promover a transferência de conhecimento e equipar as comunidades com os recursos necessários para escapar da armadilha da pobreza e da fome.
Comunicado oficial do GCNF 2020
O documento reflete os desafios enfrentados pelos programas de alimentação escolar em todo o mundo devido às restrições impostas pela pandemia Covid-19. No auge da crise, 1,6 bilhão de alunos foram afetados pelo fechamento de escolas, enquanto mais de 370 milhões ficaram sem refeições escolares. Com o objetivo de melhorar os sistemas alimentares e os programas de alimentação escolar, o Fórum apontou oportunidades e fez diversas recomendações. O documento reconhece a importância de uma estrutura legal para habilitar os governos a liderar respostas a uma emergência e de parcerias para a priorização de investimentos em programas de alimentação escolar. Outras áreas de oportunidade incluem: Sistemas para capturar dados e informações para aumentar a capacidade de resposta; Flexibilidade do governo e dos doadores para reduzir o risco de deixar crianças para trás; Envolvimento das famílias para fortalecer o impacto da educação e nutrição; e Desenvolvimento de trabalhadores e sistemas da linha de frente para promoção da saúde e da segurança.
O documento também abordou a importância da promoção de sistemas alimentares diversificados e dietas locais, incluindo: Promoção da equidade nutricional; O desenvolvimento de cadeias de abastecimento locais para permitir o abastecimento de alimentos de forma segura, consistente e acessível em tempos de crise; Programas de alimentação escolar centrados na nutrição; e Programas de alimentação escolar projetados para refletir os contextos e preferências locais. Além disso, o apoio do setor privado deve ser incentivado, bem como o uso da cooperação Sul-Sul para impulsionar o compartilhamento de conhecimento, ações em escala e investimentos.
Algumas das recomendações finais incluem: Demonstração de vontade política dos governos; Coerência da política nacional e alocação de recursos domésticos; A construção de canais de atuação multissetoriais; Encorajar o investimento de doações assistência técnica estrangeiros; Financiamento flexível e adaptação rápida dos programas; Planejamento para reabertura das escolas; Compartilhar evidências e percepções sobre alimentação escolar; e Compartilhar boas práticas e lições aprendidas.
A íntegra do Comunicado está disponível aqui:
Em português (em breve).