O 2º Seminário Internacional no âmbito do Projeto de Cooperação Sul-Sul para o Enfrentamento da Múltipla Carga de Má Nutrição em Escolares – Projeto Nutrir o Futuro – aconteceu entre 29 e 31 de março de 2021. O evento virtual foi organizado pelo Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, em parceria com o Ministério da Saúde e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). O seminário contou com a participação das equipes técnicas do Brasil, Colômbia e Peru, países cooperantes no projeto. “A realização do seminário é oportuna considerando os impactos provocados pela COVID-19 sobre o panorama de saúde e nutrição dos países”, disse Daniel Balaban, Diretor do Centro de Excelência do WFP, que participou da abertura do evento. “A partir do projeto Nutrir o Futuro, será possível desenvolver evidências e continuar a promover a troca de experiências exitosas para o enfrentamento da crescente obesidade em crianças”, completou.
Durante o evento, as equipes compartilharam as estratégias adotadas em seus países para a prevenção e o controle da obesidade infantil. Mesmo que de forma remota, as trocas de conhecimentos realizadas contribuirão para a elaboração de análise comparativa das ações realizadas nos países e para o desenvolvimento dos futuros produtos do projeto, que incluem produções científicas e materiais de apoio a gestores. Em todos os países, a prevalência da obesidade infantil é crescente e, por se tratar de um desafio multideterminado, diferentes medidas são necessárias para redução desses índices e para promoção da saúde de toda população.
Na apresentação brasileira, foram destacadas as ações de vigilância alimentar e nutricional que têm monitorado tanto o estado nutricional, quanto o consumo alimentar para orientar as estratégias desde o âmbito local, no contexto da Atenção Primária à Saúde, até o contexto nacional. A equipe do Brasil também destacou a campanha multimídia para conscientização das famílias a respeito da adoção de uma alimentação adequada e saudável, o incentivo à prática da atividade física e a redução do uso de telas na infância. A equipe também apresentou o PROTEJA (Estratégia Nacional para Prevenção e Controle do Sobrepeso e da Obesidade Infantil), iniciativa que irá fomentar intervenções efetivas nas cidades, com lançamento previsto para este ano.
Já a equipe da Colômbia destacou ações de promoção do consumo de alimentos naturais e frescos, principalmente no âmbito da Atenção Primária à Saúde. Durante a apresentação, o país compartilhou avanços e desafios na implementação de medidas regulatórias, como a rotulagem nutricional frontal, restrição de sódio e gorduras saturada e trans, assim como a publicidade e taxação de alimentos. O país também tem investido na articulação com diferentes setores na valorização da culinária colombiana, por meio de ações de resgate das tradições culturais e propagação das mensagens de seus guias alimentares.
Por fim, o Peru evidenciou ações educativas de promoção do aleitamento materno e da alimentação adequada e saudável direcionadas ao público infantil. A criação de ambientes saudáveis tem sido foco das principais estratégias de controle e prevenção do excesso de peso, por meio da promoção da atividade física e recreativa em espaços públicos e investimento na construção de ciclovias. Além da implementação de diversas estratégias, há a produção científica para geração de evidências a respeito da avaliação da efetividade das recentes normas regulatórias de alimentos adotadas e de intervenções educativas nas escolas.