
Comunidades em cinco países enfrentam risco iminente de fome e morte nos próximos meses, segundo relatório lançado em 16 de junho pelo Programa Mundial de Alimentos (WFP) e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Sudão, Palestina, Sudão do Sul, Haiti e Mali são considerados os pontos mais críticos, exigindo ação humanitária urgente e coordenação internacional para conter conflitos, deslocamentos e a escalada da crise alimentar.
O relatório semestral Focos da Fome (Hunger Hotspots, em inglês), financiado pela União Europeia, prevê o agravamento da insegurança alimentar aguda em 13 países até novembro. Além dos cinco em situação mais grave, o Iêmen, a República Democrática do Congo, Mianmar e a Nigéria também exigem atenção imediata para evitar o colapso de meios de subsistência.
No Sudão, mais de 24 milhões de pessoas enfrentam níveis graves de insegurança alimentar, com centenas de milhares já em situação de fome extrema. Na Faixa de Gaza, a população inteira está em situação de crise alimentar, sendo que 470 mil pessoas estão no nível mais alto da escala de fome.
No Sudão do Sul, 7,7 milhões de pessoas sofrem com insegurança alimentar severa, e ao menos 63 mil enfrentam risco direto de morte por inanição. Em Haiti, a violência armada e o deslocamento forçado impedem o acesso à ajuda, e em Mali, o conflito e os altos preços de alimentos ameaçam milhares com fome extrema.
Embora alguns países tenham sido retirados da lista, como Etiópia, Quênia, Moçambique e Zâmbia, os avanços ainda são frágeis. O WFP e a FAO alertam que cortes no financiamento e dificuldades de acesso estão reduzindo a capacidade de resposta das agências humanitárias.
“A fome hoje é uma emergência diária para milhões”, afirmou o diretor-geral da FAO, QU Dongyu. Já a diretora do WFP, Cindy McCain, destacou que o tempo para agir está se esgotando, e que sem acesso e financiamento adequados, vidas serão perdidas.
Leia a íntegra do relatório Focos da Fome (disponível em inglês).