O primeiro desafio de inovação da parceria recém-lançada entre o Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil e o Skylab FoodLab da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU) foi anunciado em 10 de março em uma reunião com alunos do curso DTU Innovation Pilot. Após uma breve apresentação sobre como o WFP opera, incluindo o trabalho humanitário e o trabalho de desenvolvimento sustentável, Yasmin Wakimoto, da equipe de Programas no Centro de Excelência do WFP, detalhou o trabalho de desenvolvimento pelo WFP em programas de alimentação escolar com compras locais e como eles apoiam os agricultores familiares e a nutrição dos alunos.
Para este desafio, os alunos da DTU trabalharão em grupos interdisciplinares, com foco em desafios específicos definidos pelos parceiros. O desafio lançado pelo Centro de Excelência do WFP visa responder à seguinte pergunta: como podemos desenvolver e implementar técnicas de preservação e processamento na agricultura de pequena escala para garantir um fornecimento estável de alimentos para programas nacionais de alimentação escolar na África e na Ásia? Para exemplificar o desafio, Yasmin Wakimoto usou o exemplo de Laos, que tem demonstrado interesse em tecnologias que possam ajudar o país a servir alimentos frescos nas escolas ao longo do ano.
Após uma visita ao Brasil em 2018 para aprender sobre o programa de alimentação escolar do país, gestores de Laos ficaram interessados em como o Brasil processava alimentos como a mandioca. Logo ficou claro, no entanto, que as técnicas e maquinários usados no Brasil não podiam ser aplicados automaticamente para o Laos. Assim, para este desafio, os alunos precisarão encontrar soluções adaptáveis tendo em vista que os principais produtores serão os pequenos agricultores, que por sua vez venderão suas safras para escolas que servem refeições escolares. Os participantes do desafio também deverão levar em consideração que muitos desses locais têm acesso limitado à tecnologia, água potável e energia.
“Esperamos que os documentos técnicos e soluções inovadoras que surgirem desse desafio façam parte de nossa plataforma de Intercâmbios Virtuais e sejam úteis para os países que estamos atendendo no momento”, disse Yasmin Wakimoto. “Estamos particularmente interessados em saber como podemos fazer isso com a mandioca, o amendoim e a vagem, já que são muito comuns em muitos dos países com os quais trabalhamos”, disse ela.
“Estou animado para ver como nossos alunos enfrentarão o desafio apresentado hoje. Tenho visto muitos projetos interessantes começando no Innovation Pilot, nos quais os alunos continuam a trabalhar durante seu tempo na DTU. A equipe DTU Skylab FoodLab apoiará as atividades dos alunos na fase de concepção, design e prototipagem ”, disse Roberto Flore, Diretor da DTU Skylab FoodLab. DTU Skylab FoodLab é o laboratório de mudança para sistemas alimentares do centro de inovação da DTU e hospeda um laboratório de cozinha de teste totalmente equipado, uma área para prototipagem, além de um espaço para pesquisa, palestras e workshops.
Durante este desafio, Yasmin Wakimoto e Roberto Flore irão interagir com os alunos que trabalharão para resolver desafios concretos e técnicos. O objetivo do curso DTU Innovation Pilot é equipar os futuros engenheiros com as ferramentas para enfrentar os desafios que irão encontrar quando entrarem no mundo dos negócios. Ao mesmo tempo, os parceiros, como o WFP, receberão novas perspectivas e soluções de engenharia para o desafio que apresentarem.
Durante o encontro, os alunos puderam fazer perguntas sobre as especificidades do desafio, como as definições de agricultura de pequena escala, como os pequenos agricultores trabalham de forma colaborativa e em cooperativas, diretrizes nutricionais específicas de cada país, condições climáticas e outros temas. Os grupos trabalharão o desafio nas próximas semanas e o próximo encontro está marcado para o início de abril.