No âmbito da 2ª Cúpula Global da Coalizão pela Alimentação Escolar, realizada em Fortaleza nos dias 18 e 19 de setembro, o Brasil e a República do Congo realizaram uma reunião para apresentar resultados e discutir a continuidade do projeto Sementes para o Amanhã.
Durante o evento, foram distribuídos quatro manuais técnicos para apoiar a alimentação escolar e a agricultura familiar no país africano. As publicações compartilham a experiência do Brasil na área e estão disponíveis online em português e francês.
O projeto Sementes para o Amanhã é resultado de uma cooperação multilateral entre o Governo do Brasil, o Governo da República do Congo, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) na República do Congo, o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA) no Brasil e o Escritório das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul (UNOSSC). A iniciativa é financiada pelo Fundo IBSA (Índia, Brasil e África do Sul).
Em seu discurso de abertura, a Diretora-Geral de Educação Básica do Ministério da Educação Pré-escolar, Primária, Secundária e Alfabetização da República do Congo, Dra. Pitchou Prudence Adzona, destacou a importância da iniciativa: “O projeto Sementes para o Amanhã exemplifica a força da Cooperação Sul-Sul e Triangular. Por meio do Fundo IBSA, o Brasil e a República do Congo não estão apenas trocando conhecimentos técnicos, mas também criando em conjunto soluções sustentáveis para reforçar os sistemas de alimentação escolar e apoiar a agricultura familiar. Ao vincular as refeições escolares a produtos de origem local, observamos um aumento significativo na frequência escolar e uma melhoria na nutrição dos alunos. Nossa prioridade agora é institucionalizar esses ganhos e ampliar a iniciativa de forma sustentável em nível nacional.”
Representando o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do Brasil, Karine Santos reafirmou o compromisso com a República do Congo: “Para o governo brasileiro, é muito importante continuar fortalecendo a alimentação escolar para melhorar a vida de milhões de crianças em diferentes países.”
A coordenadora do projeto, Nadia Goodman, do PMA República do Congo, enfatizou a natureza inovadora da parceria: “Estamos construindo pontes entre os países do
Sul Global, mostrando que a troca de experiências pode gerar soluções eficazes e sustentáveis para desafios comuns.”
Representando o Brasil, Paola Barbieri, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), lembrou o apoio de longa data do país aos programas de alimentação escolar: “O governo brasileiro acompanha de perto os resultados deste projeto e está avaliando maneiras de avançarmos para as próximas etapas desta cooperação.”
Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome do PMA no Brasil, delineou possíveis caminhos a seguir para o projeto, apontando novas fontes de financiamento dentro da Aliança contra a Fome e a Pobreza, bem como o apoio da Coalizão de Refeições Escolares: “Ao unir forças com os parceiros já engajados nesse esforço, essas vias permitirão a continuidade da cooperação”.
Os quatro manuais lançados oficialmente durante a reunião são: “Políticas Agrícolas Brasileiras”, que apresenta uma visão estratégica das políticas voltadas para a agricultura familiar e possíveis adaptações ao contexto congolês; “Etapas para a Compra de Produtos de Agricultores Familiares para o PNAE”, um guia operacional para a aquisição de alimentos de produtores locais para a alimentação escolar; “Monitoramento e Avaliação do Programa Nacional de Alimentação Escolar”, que fornece ferramentas para avaliar o desempenho do programa; e “Controle Social no Programa Brasileiro de Alimentação Escolar”, que destaca o papel dos comitês de alimentação escolar e a participação da comunidade.
Os materiais serão distribuídos ao governo e às comunidades onde o projeto foi implementado e também estão disponíveis na página do projeto Sementes para o Amanhã.