Nos dias 14 e 15 de dezembro, o Centro de Excelência contra a Fome do WFP organizou o primeiro Seminário Internacional no âmbito do Projeto de Cooperação Sul-Sul para o Enfrentamento da Múltipla Carga da Má Nutrição em Escolares, ou Projeto Nutrir o Futuro. O evento foi organizado em parceria com o Ministério da Saúde do Brasil e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), que são parceiros do WFP nesse projeto, e contou com a participação das equipes técnicas do Brasil, Colômbia e Peru.
O seminário teve o propósito de apresentar e discutir as políticas de alimentação e nutrição, com foco no setor saúde nos três países, para fornecer insumos para o desenvolvimento dos próximos produtos do projeto. Esses produtos englobarão a elaboração de análises comparativas sobre como estão estruturadas as políticas nos temas discutidos em cada país, trazendo também as perspectivas de como melhorar as condições de alimentação, nutrição e saúde de suas populações.
Em sua apresentação, a equipe do Brasil destacou que dentre os maiores desafios relacionados a múltipla carga de má nutrição – ou seja, a coexistência de deficiências de micronutrientes e desnutrição, combinado com sobrepeso e obesidade – estão os crescentes índices de obesidade no país. No entanto, o Brasil já desenvolve ações de vigilância alimentar e nutricional para combater esses problemas há décadas e, especificamente no próximo ano, o governo lançará o Plano Nacional de Obesidade Infantil que visa diminuir esses índices crescentes e promover ambientes favoráveis a saúde por meio de ações de educação alimentar e nutricional, incentivo a práticas de atividades físicas, entre outras.
Os índices de excesso de peso na Colômbia também estão crescendo, principalmente nas crianças e na população rural como um todo. Em sua apresentação, o país também apontou a deficiência de vitamina D em sua população. Por outro lado, a Colômbia tem avançado bastante nas ações voltadas à regulação de alimentos e apresentou uma estratégia de redução de consumo de sal e sódio, que traz uma abordagem multisetorial para combater o problema com ações eficazes para melhorar a qualidade alimentar e nutricional nacionalmente.
Já o Ministério da Saúde do Peru mencionou que, além de ter índices não desejados de sobrepeso e obesidade, o seu maior desafio continua sendo a alta prevalência de anemia, ainda um grande problema de saúde pública no país. Desde 2013, o país tem a Lei de Promoção de Alimentação Saudável para tentar abarcar esses desafios de forma mais coordenada e eficaz, além de ser um exemplo na região no que serefere à regulação da rotulagem frontal. Essa iniciativa nacional apresenta resultados concretos como a diminuição do consumo de bebidas açucaradas em território nacional.
Apesar do advento da pandemia do COVID-19 e e seus impactos sem precedentes, com profundas consequências sociais e econômicas, incluindo comprometimento da segurança alimentar e nutricional em todo mundo e principalmente na América Latina e Caribe, o projeto Nutrir o Futuro propoe, nesse momento adverso, e ainda que remotamente, para desenvolver evidências e promover troca de experiências exitosas entre o Brasil e outros países que também enfrentam esse problema crescente da múltipla carga da má nutrição. Descubra mais >>>