
Os resultados do projeto Nutrir o Futuro, iniciativa para aprimorar políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional de crianças em idade escolar na América Latina, foram apresentados no dia 27 de julho em evento online paralelo à Cúpula dos Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4), realizada entre 27 a 29 de julho em Adis Abeba, Etiópia.
O projeto vem sendo executado pelo Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e os Ministérios da Saúde do Brasil, Peru e Colômbia e Programa Mundial de Alimentos (WFP).
O Nutrir o Futuro sistematizou o conceito de determinantes sinérgicos da má nutrição, que são fatores interligados como pobreza, insegurança alimentar, desigualdade de gênero, barreiras educacionais e acesso limitado a serviços de saúde e alimentação adequada. Esses elementos atuam em conjunto, agravando os impactos da má nutrição, especialmente entre populações vulneráveis.
“O projeto Nutrir o Futuro demonstrou que não basta atacar a má nutrição isoladamente. É preciso enfrentar os diversos fatores da má nutrição com ações integradas e intersetoriais. Essa abordagem permite resultados concretos na promoção de sistemas alimentares mais saudáveis e sustentáveis”, afirmou Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome do WFP.
A Agência Brasileira de Cooperação (ABC) também teve papel central na articulação entre os países envolvidos, Brasil, Peru e Colômbia, promovendo a troca de experiências e o fortalecimento da cooperação Sul-Sul.
“A cooperação Sul-Sul tem sido essencial para trocas que visam aprimorar políticas públicas. Ao compartilhar soluções entre países com desafios semelhantes, conseguimos avançar de forma mais eficaz na luta contra a má nutrição”, destacou Rifat Iqbal, da área de Cooperação Técnica Trilateral com Organismos Internacionais da ABC.
O evento contou com a participação de representantes do Ministério da Saúde do Brasil, incluindo Angela Leal, diretora do Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção, que compartilhou experiências sobre políticas públicas voltadas à nutrição infantil, e Luiza Trabuco, secretária extraordinária de Combate à Fome e à Pobreza, que destacou estratégias intersetoriais para enfrentar os desafios da má nutrição.
Os debates foram mediados por Saulo Ceolin, coordenador-geral de Segurança Alimentar e Nutrição do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que conduziu as discussões com foco na cooperação internacional e nos avanços promovidos pelo projeto Nutrir o Futuro.