
Na véspera da 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar, que acontece em Fortaleza durante os dias 18 e 19 de setembro, foi realizado o webinário “Dia Internacional da Ciência da Alimentação Escolar” que apresentou as últimas pesquisas que impulsionam programas de alimentação escolar mais inteligentes e econômicos em todo o mundo.
O webinário foi organizado pelo Consórcio de Pesquisa para Saúde e Nutrição Escolar, liderado pela London School of Hygiene and Tropical Medicine em parceria com o Governo do Brasil, e contou com participação de diversas agências das Nações Unidas, como WFP, FAO e UNESCO, Banco Mundial, representantes do governo brasileiro, de instituições como ABC, FNDE, IPEA, além de relatos de especialistas vários países da América Latina e Caribe e do mundo sobre seus programas de alimentação escolar e especialistas de universidades renomadas.
O evento também marca quatro anos desde que o Consórcio de Pesquisa foi lançado como a primeira iniciativa da Coalizão — uma oportunidade para celebrar o progresso e destacar práticas comprovadas que estão transformando a alimentação escolar em todo o mundo. O Consórcio de Pesquisa já mobiliza mais de 1.200 pesquisadores e 600 organizações, e conta com mais de 70 publicações e estudos no tema.
Como país que possui o segundo maior programa de alimentação escolar do mundo, o Brasil trouxe uma riqueza de experiência e conhecimento acadêmico para a discussão. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) brasileiro atende cerca de 40 milhões de estudantes de escolas públicas em todo Brasil em mais de 150 mil escolas.
O Diretor do Centro de Excelência contra Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, Daniel Balaban, destacou em sua fala que os programas de alimentação escolar, especialmente quando alinhados a sustentabilidade e a economia local, são pilares fundamentais no combate à insegurança alimentar. “Não alcançaremos o fim da fome no mundo sem as escolas. Investir na alimentação escolar é investir no fim da fome, e é um investimento em nosso futuro”, disse.
Entre as pesquisas citadas, O Estado da Alimentação Escolar no Mundo 2024 teve um grande destaque. O estudo revelou que 466 milhões de crianças recebem diariamente refeições nas escolas, um aumento de 80 milhões em apenas quatro anos. O maior crescimento na cobertura de programas de alimentação escolar foi observado em países de baixa renda.
Brasil e a Cooperação Sul-Sul para alimentação escolar
O PNAE brasileiro é referência no mundo todo e já ajudou diversos países a melhorar seus próprios programas. O Centro de Excelência do WFP, em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), já auxiliou mais de 20 países nos seus programas nacionais de alimentação escolar.
Para a ABC, organizadora do evento em parceria com o Consórcio, o webinário reafirma o compromisso do Brasil em compartilhar sua experiência e construir soluções conjuntas com base em ciência e cooperação Sul-Sul.