Cerca de 100 empresas brasileiras participaram, na quarta-feira, 25 de outubro, de um treinamento oferecido pelo Programa Mundial de Alimentos (WFP) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) sobre os processos de compras de alimentos no WFP. O evento teve como objetivo ampliar o conhecimento de empresas brasileiras para que mais fornecedores possam participar de processos regionais e globais para compras de alimentos destinados à ajuda humanitária.
O treinamento foi liderado por Andrés Rodriguez, especialista da área de compras no escritório regional do WFP no Panamá, e cobriu três grandes áreas: estatísticas de compras globais e regionais de alimentos em 2022; o processo de aquisição de alimentos do WFP; e os requisitos e processo para se tornar um fornecedor do WFP.
Andres apresentou os princípios de compras globais (concorrência leal, segregação de funções, transparência, ética e responsabilidade), os mecanismos de pesquisa de preço, que incluem também os custos logísticos, e os tipos de chamada de compras. “O WFP usa o modelo de compra fechada, por lista curta, para garantir que o fornecedor tenha capacidade de fornecer o alimento de forma adequada”, explicou Andres. “Para nós, é muito importante conhecer as empresas e seus processos de segurança de alimentos, por exemplo”, completou.
O treinamento também abordou a fortificação de alimentos, o acesso a mercado institucionais (como os programas de alimentação escolar) e a priorização da agricultura familiar nos processos de compra. Somente em 2022, o WFP comprou 4,2 milhões de toneladas métricas de alimentos, a um custo de USD 3,24 bilhões, originados de mais de 100 países. Cerca de 80% dessas compras foram compostos por cereais, alimentos nutricionais especiais, óleos vegetais e leguminosas.
“Este treinamento é extremamente importante para nós como escritório regional, porque o Brasil é uma das grandes potências mundiais de produtos agrícolas, mas só representa 0,3% dos alimentos que o WFP compra no mundo”, disse Lola Castro, diretora regional do WFP para a América Latina e Caribe.
“A exportação é uma via para todas as empresas, de todos os portes, e por que não exportar para uma agência da ONU que compra em quantidade tão significativa anualmente? Para isso, precisamos de conhecimento e informação”, disse Clarissa Furtado, Gerente de Competitividade da ApexBrasil.
O treinamento está gravado e disponível neste link.