O Ministério da Saúde do Brasil, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Nutrição (FAO), realizou reunião de lançamento de duas Redes de Ação no âmbito da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição.
O evento ocorreu nos dias 3 e 4 de maio, na sede da OPAS em Brasília. Representantes do governo brasileiro, de agências das Nações Unidas e de nove países da América Latina e Caribe discutiram a constituição da Rede sobre difusão de Guias Alimentares baseados no nível de processamento dos alimentos e da Rede sobre estratégias para redução do consumo de sódio e prevenção e controle de doenças cardiovasculares.
O Brasil está empenhado em melhorar a qualidade da alimentação das populações e promover sistemas alimentares sustentáveis. Em outubro de 2017, o país anunciou seus compromissos para a Década de Nutrição. Como parte desses compromissos, o Brasil se propôs a liderar cinco redes de ação, com atuação prioritária nas Américas:
– A Rede para promoção de Guias Alimentares baseados em alimentos para prevenção da obesidade e redução das doenças crônicas;
– Rede para redução do consumo de sódio para prevenção e controle de doenças cardiovasculares;
– Rede de governança em Segurança Alimentar e Nutricional;
– Rede de compras públicas de alimentos da agricultura familiar; e
– Rede de alimentação escolar sustentável.
As redes de ação são coligações de países que devem promover a criação e o fortalecimento de políticas e legislação, fomentar iniciativas de cooperação técnica e compartilhar boas práticas em temas específicos. O objetivo é que essas redes sejam catalisadores para o cumprimento dos objetivos de cada país no âmbito da Década de Nutrição.
Na abertura do evento em Brasília, Joaquín Molina, representante da OPAS no Brasil, destacou que a nutrição aparece claramente em seis dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “A má-nutrição, em todas as suas formas, afeta todos os países, e as diferentes formas de má-nutrição, como a fome e a obesidade, convivem dentro dos mesmos países”, afirmou.
Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome e representante do Programa Mundial de Alimentos no Brasil, ressaltou que “a nutrição é hoje o mais importante tema de saúde pública a ser discutido pelo mundo”. Segundo Balaban, os recursos gastos para combater os males causados pela má-nutrição deveria ser utilização para promover a nutrição adequada. “O Guia Alimentar brasileiro serve de exemplo para vários países do mundo porque mostra claramente quais alimentos são benéficos e quais são maléficos para a nossa saúde e o que precisamos fazer para ter uma alimentação saudável”.
Alan Bojanic, representante da FAO no Brasil, afirmou que “é importante atuar nos territórios onde estão os grupos vulneráveis à má-nutrição”. Ele lembrou que a Década da Nutrição teve início em 2016 e que, portanto, ainda temos oito anos de trabalho pela frente, mas que os objetivos que devemos alcançar são bastante ambiciosos.