Vários países da América Latina ainda precisam implementar ou aprimorar seu sistema de alimentação escolar. Para compartilhar experiências e buscar soluções sobre programas de alimentação escolar, o México sediou o 10° Fórum Regional de Alimentação Escolar para a América Latina e Caribe entre os dias 27 e 29 de agosto, com presença de autoridades e técnicos de vários países.
O Chefe de Programas do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, Vinicius Limongi, esteve no evento para acompanhar as discussões. “O Fórum é um momento de encontro das instituições envolvidas nas iniciativas de alimentação escolar, que gera oportunidade de avanço das agendas nacionais e regionais sobre o tema”, disse.
Para ele, esta é também uma oportunidade única de fortalecimento da cooperação na região sobre o tema. “A cada ano, uma declaração é preparada pelos países participantes, de forma a subsidiar o posicionamento da região e informar tomadores de decisão a nível global”, afirmou.
“Para os povos latino-americanos, a alimentação é uma questão de garantia de direitos e de justiça, acima de tudo”, afirmou a Ministra da Educação da Guatemala, Anabella Giracca, durante o evento.
A delegação brasileira contou com a presença de Karine Santos, coordenadora de Alimentação Escolar do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); Paola Barbieri, Analista de Projetos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e Marenilson Batista da Silva, diretor de Serviços de Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
Eles participaram da mesa de discussão “Experiências de implementação: a compra local”. A apresentação mostrou a viabilidade de transformar pequenos agricultores em fornecedores do sistema de alimentação escolar, iniciativa que permite o fornecimento de produtos frescos e saudáveis às crianças e, ao mesmo tempo, fortalece a economia local.
Karine mostrou um painel de como funciona o sistema de alimentação escolar no Brasil, o marco legal e as discussões atuais sobre aprimoramento do sistema. “Num primeiro momento, o Programa do Brasil se preocupou em alcançar a universalidade. Num segundo momento, nos preocupamos em personalizar os valores repassados aos diferentes públicos atendidos: quilombolas, indígenas, ribeirinhos. Agora estamos conduzindo estudos para pensar mecanismos de redução de desigualdades regionais, que influenciam no impacto do Programa na ponta.”
Marenilson falou sobre o conjunto de políticas públicas integradas para que a produção da agricultura familiar chegue à alimentação escolar. “A assistência técnica aos agricultores é fundamental para colocar as políticas em prática. O agricultor trabalha o dia inteiro e esse apoio possibilita a ele que, de fato, integre o sistema de produção para a alimentação escolar. A meta do país é que 30% da alimentação escolar sejam fornecidos pela agricultura familiar”, disse.