Na manhã desta quarta-feira, 24 de abril, o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil participou de uma palestra intitulada “O trabalho do WFP e da FAO no mundo: combate à fome e à pobreza na América Latina”, na Unidade de Taguatinga do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). A palestra foi voltada para estudantes da universidade e organizada pelo Departamento de Relações Internacionais.
Os palestrantes convidados focaram em como funciona a atuação do WFP e da FAO no Brasil e no mundo no combate à fome. Participaram o Assistente Técnico da equipe de Projetos do Centro de Excelência, Osiyallê Rodrigues, o Coordenador de Área técnica na FAO, Sérgio Dorfler, o professor doutor de Direito Internacional e Relações Internacionais do UniCEUB, Renato Zerbini, e a estudante de Relações Internacionais, Gabriela Vieria.
Além de destacar o trabalho do WFP à nível global como a maior agência humanitária das Nações Unidas, Osiyallê apresentou para os estudantes o trabalho do Centro de Excelência em Cooperação Sul-Sul e Trilateral com países da África, América Latina e Ásia, além do trabalho de fortalecimento da alimentação escolar como uma política pública de sucesso no combate à fome. “Hoje, alguns dos principais desafios para a promoção da alimentação saudável e adequada são o preço dos alimentos, as mudanças climáticas, as crises políticas e os conflitos no mundo”, disse.
Osiyallê também apresentou o Projeto Nutrir o Futuro, que se dedica ao enfrentamento à múltipla carga da má nutrição na América Latina e no Caribe atuando no Brasil, Colômbia e Peru, promovendo uma troca de conhecimentos entre os países principalmente no combate ao sobrepeso e obesidade infantil.
De acordo com dados do último relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” (SOFI), entre 2020 e 2022, aproximadamente 70,3 milhões de pessoas estavam em situação de insegurança alimentar moderada ou grave no Brasil, e 256 milhões na América Latina e no Caribe em 2022. No mundo, entre 691 e 783 milhões de pessoas passam fome atualmente.
Além de apresentar o trabalho da FAO, Sérgio Dorfler conceituou o que é a fome e a insegurança alimentar e nutricional e reforçou que ter acesso aos alimentos não é o suficiente, é preciso também saber utilizar esses alimentos e manter uma dieta saudável ao longo do tempo.
“Os dados indicam que em 2022 a fome na América Latina diminuiu, mas não sabemos se isso vai ser suficiente para alcançar a meta de erradicar a fome no mundo até 2030”, afirmou Sérgio. As projeções são de que cerca de 670 milhões de pessoas ainda estarão enfrentando a fome em 2030, cerca de 8% da população mundial, ou seja, a mesma porcentagem de 2015, quando a Agenda 2030 foi lançada.
Ao final da palestra, os estudantes fizeram perguntas aos palestrantes. Dentre as principais dúvidas como a pandemia impactou o andamento da Agenda 2030 e o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o desperdício de alimentos no mundo e o impacto na fome, a atuação das agências frente à emergência climática e o impacto nos sistemas alimentares do mundo. Por fim, como se dá o processo logístico de aquisição e distribuição de alimentos pelo WFP, especialmente em zonas de emergência e conflito.