Repensar os modelos, trabalhar com outros mercados e dinamizar a produção sustentável de alimentos. Esse foi o tema da participação do diretor do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, Daniel Balaban, na abertura do evento Encontros com o Futuro – Fórum Agronegócio e Pecuária Sustentável, realizado no dia 11 de março, em São Paulo.
Durante sua apresentação online, Daniel lembrou que o Brasil tem tecnologia e know how no setor agrícola, e muito países do Sul Global estão interessados. “É hora do Brasil se colocar nesses mercados. Levar à África, além dos mercados norte-americanos e europeus.”
Segundo ele, o Brasil deveria participar mais ativamente de fóruns internacionais para difundir as experiências de produtores brasileiros que são engajados na produção sustentável. “Temos que repensar como debater e levar para o resto do mundo o que o Brasil tem de modelo. Nosso agro tem muita gente boa fazendo boas práticas. Os produtores devem defender seus meios de produção sustentável. E as novas gerações exigem produtos sustentáveis.”
Ele afirmou que o Brasil é mais importante do que imaginamos em termos de produção de alimentos, em um mundo que vive uma tragédia humanitária. “Hoje existem 700 milhões de pessoas no mundo em situação de fome. E sabemos que onde há fome há suscetibilidade à guerra. A fome leva a conflitos armados.”
Existe um nexo entre o trabalho humanitário e a paz, o que levou o Programa Mundial de Alimentos (WFP na sigla em inglês) a receber o Prêmio Nobel da Paz em 2020. “O WFP é a maior agência humanitária do mundo, e alimenta diariamente 170 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. Menos fome significa menos conflitos. Este é o nexo entre paz a alimentação saudável.”
Além de Daniel Balaban, outros 11 panelistas falaram no Fórum para cerca de 60 pessoas. A iniciativa é promovida pelo World Observatory, braço filantrópico da Produtora Brasileira, em parceria com PwC Brasil, a PRIME (braço da ONU para universidades de negócios no Brasil e no mundo), Alumni FGV-EAESP, Sancor Seguros e o Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP).