“A segurança alimentar e nutricional como tema central da formação de gestores públicos do Brasil e da América Latina é uma iniciativa que deve ser enaltecida. Trata-se de incentivar a criação de políticas públicas de forma intersetorial e participativa e ao mesmo tempo incentivar estratégias de cooperação Sul-Sul”, afirmou o diretor do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, Daniel Balaban, sobre a mesa-redonda promovida nesta sexta-feira (23) pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), intitulada “Desafios do contexto contemporâneo e perspectivas da cooperação internacional”.
Além do WFP, foram convidados igualmente representantes de outras agências das Nações Unidas que apoiaram a realização deste curso: FAO, FIDA, IICA, OEI, OPAS, UNICEF, além de representantes do governo brasileiro.
O evento faz parte da programação de encerramento do curso “Programa Internacional de Políticas Intersetoriais: Perspectivas em Políticas de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional”, que forma 23 gestores públicos brasileiros e 12 latino-americanos em estratégias de políticas públicas.
O curso tratou do tema segurança alimentar e nutricional de forma detalhada, incluindo formulação de políticas públicas e monitoramento, articulação entre acesso e produção de alimentos adequados e saudáveis, saúde humana e cultura alimentar.
Para a nutricionista do Centro de Excelência do WFP Eliene Sousa, o curso evidencia o quanto a segurança alimentar e nutricional do Brasil são referência para o mundo. “A ENAP proporciona esse intercâmbio dentro do serviço público. É importante o servidor brasileiro poder trocar com outros gestores da América Latina, para conhecer também o que está sendo feito em outros países na área de segurança alimentar, que é uma forma de fazer Cooperação Sul-Sul”, disse.
Eliene foi mediadora de uma das mesas de discussão no curso, na qual oito alunos apresentaram um estudo de caso em políticas públicas. Entre os temas abordados estão: Estratégia nacional de alimentação saudável nas escolas; Programa Nacional de Alimentação Escolar; Programa Nacional de Agricultura Urbana e Periurbana; Programa de Aleitamento Materno e Banco de Leite; e a política equatoriana contra a desnutrição infantil.
“Do ponto de vista da gestão pública, é importante dar visibilidade interna às políticas brasileiras existentes, mas também analisá-las sob a ótica internacional, para se ter uma perspectiva e aumentar a consciência da relevância do trabalho que vem sendo feito na área de segurança alimentar e nutricional em vários países no mundo”, afirmou Eliene.