Cerca de 200 representantes de governos, organizações não-governamentais, setor privado, academia e potenciais investidores estiveram reunidos em São Paulo, nos dias 12 e 13 de novembro, buscando maneiras de reforçar as relações entre o Brasil e o continente africano. Eles participaram da sétima edição do Fórum Brasil África que teve como tema, neste ano, “Segurança alimentar: o caminho para o crescimento econômico”. O evento foi organizado pelo Instituto Brasil África, em parceria com diversas organizações, entre elas o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP).
O fornecimento de alimentos para garantir uma vida ativa para as pessoas está na base do desenvolvimento. Infelizmente, a fome no mundo está voltando a crescer depois de longos anos de declínio. Conflitos, secas e mudança climática estão entre os principais fatores desse progresso reverso. Nesse contexto, o evento buscou reunir governos, organizações e o setor privado para desenvolver planos efetivos e que sejam economicamente viáveis, socialmente justos e ecologicamente corretos.
Como a segurança alimentar possui uma essência multidimensional, o tema principal foi discutido sob as mais variadas perspectivas, como tecnologia, comércio, investimento, mecanização, saneamento e educação. O diretor do Centro de Excelência contra a fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP), Daniel Balaban, participou da plenária “Alimentando o mundo: um pedido para agir”, e falou sobre a importância de pequenos agricultores e agricultores familiares nos sistemas alimentares que visem ao combate à fome.
De acordo com Daniel Balaban, é necessário encontrar meios para que agricultores familiares e pequenos agricultores vendam a sua produção de forma estruturada, por meio da geração de demanda por parte dos governos, utilizando a produção em políticas governamentais de alimentação escolar e em hospitais, por exemplo. Ele destacou como uma boa prática o Programa Nacional de Alimentação do Brasil (PNAE): “30% do orçamento federal brasileiro é destinado a programas de alimentação escolar e os alimentos são comprados desses pequenos produtores, que antigamente tinham somente a própria subsistência como objetivo”.
Além disso, Daniel Balaban falou sobre a importância do trabalho de cooperação entre Brasil e África e explicou o trabalho que o Centro de Excelência contra a Fome realiza e que já beneficiou mais de 30 países no continente africano. Também participaram da plenária Hamady Diop, chefe de Cooperação Técnica e Serviços de Consultoria da Agência de Desenvolvimento da União Africana (AUDA-NEPAD); Marcos Brandalise, fundador e CEO do Grupo Brazafric; e, Demétrio Carvalho, diretor adjunto da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). A mediadora foi Caroline Ribeiro, Chefe de Comunicação do Fórum Brasil África. Eles discutiram a necessidade urgente de combater o problema da fome, que aumentou após anos de queda. (Com informações do site do Fórum Brasil África)