No Ensino Médio, Bruno teve a oportunidade de presenciar por algumas horas a preparação de um evento importante das Nações Unidas. “Era um pouco antes da Assembleia Geral e fiquei maravilhado com aquilo tudo”, conta. A vontade dele, naquela época, era de ser jornalista. Mas ao fazer a visita, se deparou com um ambiente que o conquistou.
“Entramos no prédio e vi todos aqueles documentos sendo preparados. Não sei o que aconteceu, mas naquele momento eu pensei que poderia ser mais legal ser a pessoa que elabora aqueles documentos, e não necessariamente ser a pessoa que cobre e comenta essas atividades”, lembra.
E foi aí que Bruno Magalhães, que há quatro anos faz parte da equipe de Programas do WFP Centro de Excelência contra a Fome Brasil, decidiu estudar Relações Internacionais. Cresceu em São Paulo, mas se mudou para Florianópolis para estudar na Universidade Federal de Santa Catarina. Durante o curso, participou da organização de simulações das Nações Unidas (Model United Nations – MUN).
“Comecei a entender como era o papel de uma organização internacional e me chamou atenção o trabalho da ONU e de outras organizações intergovernamentais. Percebi também que as Relações Internacionais vão muito além do comércio exterior ou diplomacia”, diz Bruno, que, depois da graduação, mudou-se para Brasília para o mestrado na UnB.
Trabalho na ONU
O primeiro emprego no sistema das Nações Unidas foi como estagiário na área de Programas e Comunicação do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). “Foi aí que percebi que é isso que eu gosto de fazer e sei fazer bem, então decidi investir nisso”. Como já atuava como pesquisador no mestrado, pôde fazer durante as férias alguns outros estágios, como o do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG/PNUD).
No fim do mestrado, surgiu uma vaga de estágio no WFP para auxiliar nas celebrações dos cinco anos do Centro de Excelência no Brasil. “Nesse período, houve várias visitas de delegações estrangeiras ao Brasil e viagens da equipe de programas a outros países, então passei a ajudar a equipe na parte de apoio técnico e também no acompanhamento com processos da sede do WFP, ajudando a chefia de programas”, lembra.
Hoje Bruno trabalha com planejamento estratégico e relatoria, e também fornece apoio técnico a países da África e Ásia, especialmente nos temas de cooperação Sul-Sul e fortalecimento de capacidades.
Aprendizado
Sobre momentos marcantes nesses quatro anos de trabalho para o WFP, Bruno conta a experiência que teve com no apoio ao escritório no Gâmbia em um processo de mobilização de recursos, algo que ele nunca havia feito antes. “Eu acabei rapidamente percebendo o porquê de eu estar envolvido naquilo e tive que me adaptar. Então foi um aprendizado interessante”.
Foi também no Gâmbia que Bruno viu de perto o resultado do seu trabalho. “Visitei as escolas e ministérios, vi que as políticas desenhadas com o apoio do nosso escritório estão sendo implementadas de fato. Lá pude ver o processo inteiro e perceber que as micro-ações aqui contribuíram de uma forma enorme do outro lado do oceano. É muito gratificante.”