Um novo curso online e gratuito aborda aspectos da regulamentação da gordura trans no Brasil e no mundo. O curso Gordura Trans Não, lançado no final de janeiro, foi desenvolvido pela Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN) e o Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). A Coordenadora de Nutrição do Centro de Excelência do WFP no Brasil, Albaneide Peixinho, ministrou uma das aulas com o tema: A relevância das políticas públicas em alimentação e nutrição na área da saúde.
O curso é composto de quatro módulos compilados em um arquivo já disponibilizado na plataforma YouTube. O público-alvo são nutricionistas, mas é aberto todos que tiverem interesse no tema. Para saber como conseguir o certificado emitido pela ASBRAN, basta seguir as instruções descritas abaixo do vídeo do curso no Youtube.
O que é gordura trans?
A gordura trans é um tipo de gordura artificial, produzida industrialmente para melhorar o sabor e aumentar a durabilidade dos alimentos. Está presente em salgadinhos, bolachas recheadas, sorvetes, doces, salgados, etc. produtos cada vez mais introduzidos na dieta dos brasileiros e consumidos mais cedo pelas crianças.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende a eliminação da gordura trans nos alimentos até 2023, em todo o mundo. Evidências científicas reforçam cada vez mais os impactos negativos à saúde relativos ao consumo de gorduras trans industriais presentes nesses alimentos ultraprocessados. Os números são preocupantes: a cada ano, a ingestão de gordura trans industrial leva a mais de 500 mil mortes no mundo, segundo estimativas da OMS.
O aumento na ocorrência de doenças cardiovasculares e outras doenças relacionadas ao sobrepeso e obesidade são alguns dos efeitos que podem ser ocasionados com o consumo de gordura trans. Esses problemas, além de afetarem saúde e a qualidade de vida das pessoas, também causam consequências sociais e econômicas para as famílias, comunidades e governos.
Projeto Nutrir o Futuro
A pandemia da COVID-19 pode intensificar o consumo de ultraprocessados e, consequentemente, de gordura trans, com impactos comprovados nos índices de sobrepeso e obesidade das populações, principalmente na infância. Assim, priorizar esse tema é necessário para que se alcance o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (ODS2) da Agenda 2030 das Nações Unidas para a erradicação de todas as formas de má nutrição.
O Projeto Nutrir o Futuro é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde, o Centro de Excelência contra a Fome do WFP e a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores. Essa troca horizontal de conhecimentos, principalmente no combate ao sobrepeso e obesidade infantil, visa apoiar processos de fortalecimento das instituições públicas nacionais e dos setores de nutrição e saúde considerados fundamentais para a gestão das políticas públicas de alimentação e nutrição nos países parceiros.