O governo de Botswana realizou a conferência internacional “Ninguém fica para trás: a luta contra a pobreza, a exclusão e a desigualdade”, para identificar formas de superar as barreiras para a erradicação da pobreza. O evento aconteceu em Gaborone nos dias 20 e 21 de março e teve como foco o intercâmbio de conhecimentos entre países do Sul Global. O Centro de Excelência contra a Fome apresentou sua experiência de cooperação Sul-Sul.
A conferência buscou destacar boas práticas de outros países em desenvolvimento para a análise das barreiras estruturais à eliminação da pobreza e para a identificação de quem são os grupos mais excluídos, onde eles estão e que tipo de abordagem de política pública pode ajudar a retirá-los da extrema pobreza. Experiências do Brasil, Bangladesh, Honduras, África do Sul e outros foram apresentadas.
Agenda 2030
Formuladores de políticas públicas e oficiais de governo de Botswana de outros países africanos participaram do evento, assim como representantes da academia e centros de pesquisa, de organizações da sociedade civil, de agências das Nações Unidas e outras agências de desenvolvimento e do setor privado. A conferência foi uma oportunidade para discutir o que funciona ou não para a redução da pobreza e possibilitou a identificação de uma série de considerações para a elaboração de políticas públicas.
O tema da conferência foi a luta contra a pobreza, a exclusão e a desigualdade, um princípio central para a Agenda 2030 e para a Agenda 2063 da África. Esse tema reconhece a relação entre pobreza, exclusão e desigualdade e a importância de enfrentar esses problemas para que os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sejam atingidos.
O evento explorou o quão efetivas foram as políticas e estratégias já implementadas e quais mudanças são ainda necessárias para que se alcancem resultados tangíveis. Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência, apresentou a experiência brasileira de Fome Zero e ressaltou o programa de alimentação escolar.
De acordo com Balaban, o Centro oferece assistência técnica em Fome Zero a mais de 30 países. O foco na alimentação escolar é explicado pelos múltiplos benefícios desse tipo de abordagem. Programas de alimentação escolar ajudam a melhorar a nutrição infantil, contribuem para melhores resultados na educação, movimentam a economia local e geram renda para as populações rurais – um grupo altamente vulnerável à pobreza e à fome. “Só alcançaremos o progresso se não deixarmos ninguém para trás”, afirmou Balaban.
Botswana
Nos últimos 50 anos, Botswana deixou de ser um dos 20 países mais pobres do mundo e passou a ser um país de renda média. Esse progresso, no entanto, não foi acompanhado de igualdade social. O país tem políticas para reduzir a desigualdade na distribuição dos benefícios obtidos pelo crescimento econômico e para melhorar a saúde e a educação.
Botswana está interessado em conhecer as boas práticas de outros países em desenvolvimento para colocar em ação políticas públicas e programas apropriados para manter o progresso feito desde sua independência e continuar a ampliar a qualidade de vida dos cidadãos e reduzir a vulnerabilidade das famílias mais pobres.