Com o objetivo de ver em primeira mão os impactos das políticas brasileiras de desenvolvimento rural, a delegação da Costa do Marfim que realizou visita de estudo ao Brasil com o Centro de Excelência do PMA fez visita de campo a uma cooperativa de agricultores familiares perto de Brasília. O objetivo da visita foi conhecer o papel das compras públicas de alimentos na promoção do desenvolvimento rural.
A cooperativa visitada pela delegação foi criada em 2001 por 22 agricultores. Eles começaram vendendo 60 toneladas de alimentos por mês, tendo como principal produto o pimentão. Quase 17 anos depois, a cooperativa possui 300 membros, produz 40 itens alimentares e comercializa 400 toneladas de alimentos por mês. Um grupo de 50 pessoas trabalha na cooperativa, a maioria delas membros das famílias de agricultores.
Cooperação
O vice-presidente da Costa do Marfim, Daniel Kablan Duncan, estava curioso sobre como esse crescimento aconteceu, se foi devido à simples adição de novos membros ou se a cooperativa atraiu novos agricultores para a região. De acordo com Maurício de Rezende, presidente da cooperativa, ambos os fenômenos aconteceram depois que a cooperativa foi estabelecida.
No início, a cooperativa era altamente dependente dos programas públicos que compram alimentos de pequenos agricultores, inclusive do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Uma vez que seu negócio estava bem estruturado, com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a participação dos contratos públicos em seu orçamento diminuiu. Atualmente, 80% de seus produtos vão para grandes varejistas de alimentos e cadeias de supermercados.
“Há um ditado de que uma imagem vale mais do que mil palavras. Vir a campo é crucial para vermos de perto como tudo funciona”, disse o vice-presidente Duncan. “Temos também cooperativas na Costa do Marfim, e é importante aproveitar este exemplo de cooperativa para ver como podemos diversificar nossa produção de alimentos”.