Em evento realizado nos dias 8 e 9 de maio, o governo do Quênia lançou a Estratégia de Alimentação Escolar e Nutrição do país, que guiará a implementação de programas multi-setoriais em escolas e comunidades. O documento apresenta cinco objetivos estratégicos, inclusive a promoção da sustentabilidade do programa de alimentação escolar para avançar o desenvolvimento local inclusivo.
O documento da estratégia foi elaborado por uma equipe multi-setorial que incluiu o Centro de Excelência contra a Fome. O apoio técnico do Centro ao Quênia começou em 2016, quando uma delegação governamental realizou uma visita de estudos ao Brasil para um intercâmbio de conhecimento em diferentes abordagens de alimentação escolar e nutrição.
O evento de lançamento da estratégia foi parte de um seminário de dois dias com a participação dos diretores de Educação e membros dos Comitês Executivos de Educação das diferentes regiões do Quênia. Também estiveram presentes oficiais dos ministérios da Educação, Agricultura e Saúde. O primeiro dia de evento foi dedicado à Conferência Nacional de Alimentação Escolar, uma oportunidade para executores da alimentação escolar de todo o país refletirem sobre o programa e fazer recomendações de aprimoramento. O segundo dia de evento foi utilizado para apresentar e lançar oficialmente a Estratégia de Alimentação Escolar e Nutrição.
“A estratégia representa uma meta alcançada, por desencadear uma série de benefícios da alimentação escolar, não apenas para as crianças, mas também para seus lares e comunidades”, disse a ministra da Educação do Quênia, Dra. Amina Mohamed. Ela também destacou o caráter multi-setorial da estratégia: “a estratégia é um documento completo que contém não apenas metas e objetivos, mas também define papéis e responsabilidades para os diferentes atores dos setores envolvidos”. O ministro da Agricultura, Moanji Kiujuri, reiterou o apoio de seu Ministério à alimentação escolar e destacou a importância do fortalecimento dos agricultores familiares para garantir segurança alimentar e nutricional.
Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência, afirmou: “ eu gostaria de convidar as autoridades aqui presentes a fortalecerem seu papel de defensores do reconhecimento da alimentação escolar como um meio de tornar o desenvolvimento social em uma realidade para estudantes em todos os países africanos”. Ele também assumiu o compromisso de continuar oferecendo assistência técnica aos países: “Onde quer que haja um país solicitando apoio em alimentação escolar, nós estaremos lá pode vocês. Essa é a nossa missão”.
A estratégia
A Estratégia de Alimentação Escolar e Nutrição (2017-2022) provê as bases para o desenho e a implementação de iniciativas de alimentação escolar com foco em nutrição no Quênia. O documento tem como pano de fundo o compromisso do governo do Quênia em garantir que os estudantes estejam bem nutridos, saudáveis e sejam capazes de aprender e desenvolver seu pleno potencial. O governo nacional está comprometido com o fortalecimento do Programa de Alimentação Escolar e Nutrição e coordena esforços para que todas as crianças da pré-escola e do ensino primário recebam pelo menos uma refeição nutritiva por dia. A estratégia enfatiza a necessidade de os governos locais coordenarem suas iniciativas com o governo nacional.
Os cinco objetivos estratégicos são:
1. Conscientizar e ampliar o consumo de alimentos adequados, nutritivos e disponíveis localmente por crianças em idade escolar e suas comunidades
2. Melhorar as taxas de matrícula, frequência, retenção, conclusão e aprendizagem de crianças em idade escolar, com equidade
3. Promover o desenvolvimento local e inclusivo
4. Desenvolver e implementar um programa nacional e sustentável de alimentação escolar e nutrição
5. Promover parcerias e coordenação multi-setorial para apoiar de forma complementar a implementação do programa de alimentação escolar e nutrição.
O programa de alimentação escolar do Quênia foi iniciado pelo governo do Quênia e pelo Programa Mundial de Alimentos em 1980, em resposta a uma seca severa que ocorrera no ano anterior. O programa iniciou com 240 mil estudantes em áreas áridas e semiáridas e tinha como objetivo incentivar os país a matricular e manter seus filhos na escola. Participavam crianças da pré-escola e da educação primária. Atualmente, o WFP e o Ministério da Educação apoiam mais 1,5 milhão de crianças com alimentação escolar.