Fornecer às crianças em idade escolar alimentos nutritivos produzidos localmente é o objetivo central de uma missão técnica ao Quênia que teve início no dia 5 de outubro.
Durante 15 dias, os técnicos brasileiros, Luderlândio Andrade Silva, professor doutor da Universidade Federal de Campina Grande, e Joélcio Carvalho, agrônomo e coordenador de Parcerias do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, promoverão atividades participativas nas escolas dos distritos de Ndunguni, Nkarini e Kalimbui. “Em todas vamos formatar um modelo local de alimentação escolar com produção, compra e consumo de alimentos frescos e locais”, afirmou Joélcio.
Entre as atividades previstas estão a construção de cisterna de 16.000 litros para captação de água da chuva, oficinas de preparação de hortas escolares, e atividades sobre segurança alimentar e nutricional, como, por exemplo, formas de armazenamento de alimentos e sementes e prevenção da contaminação da água com filtros caseiros.
A missão é fruto de uma parceria entre o governo do Brasil, o Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, o Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Quênia, o governo do Quênia e a Fundação Rockefeller, com o intuito de apoiar os países a melhorar os seus programas de refeições escolares e acelerar a expansão sustentável.
A agenda da missão está centrada na implementação de tecnologias sociais que permitam a essas comunidades melhorar a resistência às alterações climáticas e impulsionar o desenvolvimento sustentável do sistema alimentar.
Água
Segundo Joélcio, a cisterna desempenha um papel fundamental para a alimentação escolar. “Ela servirá para produzir água para consumo humano e bem-estar dos escolares. Além disso, o excedente será usado para irrigar as hortas de produção de alimentos frescos e sementes”, explicou.
As hortas escolares convertem a escola numa estrutura autossustentada. “São hortas adaptadas para diminuir a demanda de água em 90% e garantir vegetais nutritivos todos os dias, além de também serem o berçário de sementes que doaremos para os pais dos alunos agricultores, que plantarão estas sementes e depois venderão para as escolas”, afirmou.
Joélcio destacou que os alimentos produzidos serão preparados em fogões ecológicos e de baixo consumo de madeira, para evitar desmatamento e intoxicação por fumaça. “Em resumo, ao final das duas semanas de missão técnica, três escolas estarão preparadas com cisternas para coleta de água, hortas para produção de comida fresca e de sementes e fogões adaptados para menor consumo de lenha e preparação mais rápida de alimentos. Este é o desenho para que as escolas quenianas sejam autônomas e tenham alimento de qualidade”, enfatizou Joélcio.