Entre os dias 24 de outubro e 6 de novembro, o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil, em parceria com o escritório do WFP em São Tomé e Príncipe, realizou uma missão técnica voltada ao fortalecimento da alimentação escolar no país africano. A ação contou com a participação dos consultores brasileiros Luderlândio de Andrade Silva e Ricardo Pereira de Farias, especialistas em agronomia e tecnologias sociais resilientes ao clima.
A missão teve apoio de representantes do Programa Nacional de Alimentação e Saúde Escolar de São Tomé e Príncipe, do Ministério da Justiça e do Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural e agricultores membros da Associação para o Desenvolvimento Agropecuário e Proteção do Ambiente (ADAPPA).
Durante a missão, foram implementadas diversas soluções adaptadas ao contexto local, com foco na sustentabilidade e na segurança alimentar. Na Escola Básica de Praia Rei, em Água Izé, foi construída uma cisterna de placas com capacidade para 16 mil litros, destinada à captação e armazenamento de água da chuva para uso potável.
Na Escola Angra Toldo, Almeirin e Agua-Izé foram construídos fogões ecológicos, que reduzem significativamente a emissão de fumaça e o consumo de lenha. O modelo permite o uso de materiais como gravetos, folhas secas e galhos, promovendo uma forma de cocção mais eficiente e menos poluente, especialmente adequada para ambientes escolares.
Na sede do Programa Nacional de Alimentação e Saúde Escolar (PNASE), foi construído um tanque para criação de peixes, acompanhado de um planejamento produtivo que visa integrar a piscicultura à alimentação escolar. A proposta busca diversificar a oferta de proteínas nas refeições dos alunos, ao mesmo tempo em que estimula práticas produtivas locais.
Com vistas a promover o fornecimento de proteína animal nas escolas, foi realizada uma formação sobre produção de ração alternativa para porcos e galinhas, considerando alimentos produzidos localmente, como casca e folhas de mandioca, gliricídia, casca de búzios e folhas de moringa. Essa abordagem visa reduzir os custos com alimentação animal e aproveitar os recursos disponíveis localmente.
Ainda na sede do PNASE, além das instalações físicas, a missão promoveu formações teóricas e práticas sobre biofertilizantes e bioinseticidas, elaborados com plantas nativas e ingredientes locais. Uma delas foi a produção de ração alternativa para animais de pequeno porte, utilizando ingredientes não convencionais e subprodutos da agroindústria.
Todas as atividades foram conduzidas sob a metodologia de Formação de Formadores (ToT), capacitando agentes locais para replicar as tecnologias em suas comunidades. A missão reforça o compromisso do WFP em promover, por meio da cooperação técnica, soluções inovadoras e sustentáveis para o combate à fome, fortalecendo políticas públicas e práticas locais em São Tomé e Príncipe.




