Resultados do Projeto Além do Algodão na Tanzânia foram apresentados no dia 12 de setembro durante oficina realizada no âmbito do 6º Encontro Nacional de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (ENPSSAN), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Iniciativa conjunta do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), com o apoio do Instituto Brasileiro do Algodão, o Projeto tem por objetivo apoiar pequenos produtores de algodão e instituições públicas de países africanos na vinculação de subprodutos do algodão e culturas consorciadas, como milho, sorgo e feijão, a mercados seguros, incluindo programas de alimentação escolar.
Concluído na Tanzânia em 2023, o Projeto ainda colhe vários impactos positivos junto aos seus beneficiários, nas áreas de agricultura e nutrição, que foram apresentados no evento pelo assistente técnico de nutrição do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, Osiyallê Rodrigues, no contexto do eixo temático “Produção e processamento de alimentos para sistemas alimentares saudáveis”.
Segundo ele, as atividades de Educação Alimentar e Nutricional do Projeto foram importantes para melhorar a qualidade das refeições dos beneficiários. “Oficinas culinárias foram feitas com alimentos locais para enriquecer a alimentação das comunidades, porque muitos deles possuíam vegetais e frutas que não consumiam”, disse.
Ele citou como exemplo uma das atividades do projeto, que contou com participação de professores da Universidade Federal de Campina Grande (PB), na qual foi proposta uma receita de vinagrete com casca de melancia, associada outros alimentos tradicionais e corriqueiros no cotidiano da população tanzaniana.
O Projeto é um exemplo de como a cooperação internacional contribui com a segurança alimentar e nutricional de uma forma ampla. Um exemplo disso foi o repasse de tecnologia na contrução de três cistenas ao longo das atividades, com um sucesso tão expressivo que as comunidades locais a replicaram na instalação de outras 30 novas cisternas.
O nutricionista também destacou que o trabalho coletivo entre governo tanzaniano, brasileiro, universidade, técnicos extensionistas e comunidade escolar foram fundamentais para que as atividades fossem bem executadas. “Colocar em prática, de forma coletiva, as políticas econômicas, sociais e ambientais é algo fundamental para mitigar os problemas nutricionais na população local, especialmente entre os segmentos mais afetados, como crianças e mulheres”, afirmou.
O Projeto Além do Algodão ainda está em execução em Moçambique e no Benin, com diversas atividades voltadas à agricultura e nutrição a agricultores e familiares produtores de algodão.