Dentro do escopo da colaboração que ocorre entre a PUC-RJ e o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil desde 2021, o Centro de Excelência está apoiando um grupo de estudantes na elaboração de um projeto de capstone explorando a abordagem de gênero transversal na promoção da segurança alimentar e nutricional, com ênfase nos programas de alimentação escolar, à luz da nova Política de Gênero do WFP.
No último dia 6 de outubro, o Centro de Excelência promoveu uma oficina com estudantes do Mestrado Profissional em Análise e Gestão de Políticas Internacionais, um programa de pós-graduação do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) contando com a participação da especialista Elizabeth Burgessims, Conselheira Sênior de Gênero do Escritório do Programa Mundial de Alimentos em Roma e de Renata Leite, da equipe da ONU Mulheres. Durante a sessão, os alunos puderam ter um diálogo com especialistas na área, fomentando o tema no meio acadêmico, e dando mais subsídios para a pesquisa que está sendo conduzida.
No momento inicial, Renata Leite, especialista em mulheres rurais, destacou a importância da agricultura para a produção de alimentos e a importância de se incluir a mulher rural, considerando sua diversidade, como sujeito de políticas públicas sociais, o que vem sendo aplicado em todas as agências do sistema ONU. “Suprir os hiatos, cerrar as brechas, havendo um princípio transversal a todos os programas e políticas públicas, reconhecendo as mulheres para além de somente, um membro da composição da família”, disse Renata Leite.
Em seguida, a especialista Elizabeth Burgessims, do escritório de gênero do WFP, apresentou uma série de dados coletados acerca da desigualdade de gênero e a insegurança alimentar. “Mulheres e meninas geralmente comem menos e por último, e suas necessidades nutricionais muitas vezes não são levadas em consideração. Aumentando a fome, má-nutrição e pobreza”, disse a Conselheira. “Apesar de as mulheres possuírem um papel essencial na produção global de alimentos e no sistema alimentício, em 2021, 150 milhões de mulheres sofreram com insegurança alimentar a mais do que os homens”, acrescentou.
Diante dessa realidade, Elizabeth Burgessims reiterou o compromisso do WFP com a promoção da segurança alimentar e nutricional às mulheres e meninas, apresentando a nova Política de Gênero, cuja abordagem será flexível e sistemática a fim de garantir a análise de gênero em todos os contextos, países e parcerias. “O WFP deseja mudar a narrativa de vulnerabilidade e vitimização para uma de apoio ao empoderamento e resiliência feminina diante momentos de crise”, constatou a especialista.