
Durante o mês de julho, o Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil atuou na construção participativa do plano de ação da nova Política Nacional de Alimentação Escolar baseada na Produção Local (PNAS), no Senegal. O país avança na consolidação de uma estratégia nacional de alimentação escolar para garantir, até 2030, uma refeição diária, saudável e baseada em produtos locais para metade dos estudantes das suas escolas públicas e comunitárias.
A iniciativa é liderada pela Divisão de Cantinas Escolares (DCaS) do Senegal, com apoio técnico do WFP no país, do governo da França e, do lado brasileiro, do Centro de Excelência contra a Fome do WFP, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC).
Entre as atividades executadas até o momento estão a revisão de documentos elaborados pelo país,produção de materiais institucionais de apoio e o diálogo constante na articulação entre os setores de educação, agricultura, saúde e proteção social.
A proposta desta parceria é fortalecer os marcos institucionais do país e garantir sua efetividade na consolidação de um programa que conecta alimentação escolar, compras da agricultura familiar, educação alimentar e nutricional e desenvolvimento territorial. A iniciativa se inspira em boas práticas brasileiras, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
A política que está sendo construída aposta em uma abordagem territorializada, com compras públicas locais, mecanismos participativos de governança e uma transição em três fases: piloto, expansão e consolidação.
Essa abordagem integrada e multisetorial pode ser potencializada no Senegal, que começa a mostrar avanços com relação ao acesso à comida nutritiva. Segundo o relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição – SOFI 2025, a proporção da população do Senegal que não consegue pagar por uma dieta saudável caiu de 51,3% para 48,6%. Esse avanço pode ser ampliado pelo programa de alimentação escolar, com o estímulo à produção local e ao fortalecimento das cadeias curtas de abastecimento por meio do PNAS.