O Centro de Excelência contra a Fome realizou nos dias 26 e 27 de julho uma visita técnica à Paraíba para identificar boas práticas brasileiras de garantia de acesso a mercados para produtores de algodão em pequena escala. Acompanhada por técnicos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a equipe do Centro visitou o Projeto Algodão Paraíba, iniciativa de produção consorciada de algodão com culturas alimentares, realizada no semiárido brasileiro. Os produtos são comercializados em mercados locais e regionais, inclusive para o programa de alimentação escolar.
A missão ocorreu no âmbito do projeto Além do Algodão, iniciativa do Centro de Excelência e da ABC em parceria com o Instituto Brasileiro do Algodão. O projeto apoiará produtores de algodão e instituições públicas de quatro países africanos no escoamento dos subprodutos do algodão, como óleo e torta, e dos produtos consorciados, como milho, sorgo e feijão. As boas práticas identificadas no Brasil servirão de inspiração para que Benim, Moçambique, Quênia e Tanzânia desenvolvam suas próprias soluções para o escoamento da produção dos agricultores familiares.
O Projeto Algodão Paraíba foi uma das primeiras experiências identificadas no Brasil com potencial para servir de subsídio às atividades de cooperação Sul-Sul do projeto Além do Algodão. O projeto é executado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater/PB), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a empresa Norfil e diversos atores públicos e privados.
O principal objetivo do Algodão Paraíba é fomentar a participação do agricultor familiar na cadeia produtiva do algodão orgânico. Para isso, oferece assistência técnica para melhorar os índices de produtividade dos agricultores me diminuir seus custos. Além disso, promove a integração com outras cadeias produtivas e apoia os agricultores a comercializar os alimentos produzidos em consórcio com algodão para o programa de alimentação escolar.
Durante a missão, os técnicos do Centro e da ABC identificaram as boas práticas de assistência técnica e extensão rural aplicadas no Algodão Paraíba. Também mapearam o papel desempenhado por cada ator no desenvolvimento da cadeia produtiva do algodão, como cooperativas, empresas e instituições públicas. Eles também identificaram boas práticas agrícolas aplicadas à produção de algodão, o potencial comercial do algodão e das culturas consorciadas junto a diferentes mercados e os mecanismos de auxílio aos agricultores familiares.