Metódico e apreciador de rotinas, Gregory Rosa tem se adaptado bem à nova modalidade de trabalho imposta a várias equipes das Nações Unidas por causa da pandemia do Covid-19. “Sou disciplinado e o home office está funcionando muito bem para mim”, disse. Apesar de jovem, Gregory acumula experiências em órgãos públicos, embaixadas e entidades filantrópicas. Hoje ele atua como Assessor de Projetos no WFP Centro de Excelência contra a Fome Brasil.
Sua trajetória no Centro começou em 2016, ainda como estagiário. Ele estava nos últimos semestres do curso de Letras-Tradução na Universidade de Brasília (UnB) e não estava mais conseguindo conciliar um trabalho de tempo integral e a universidade. Também havia encerrado o vínculo como assistente diplomático na Embaixada da Nigéria. Lá, ele fazia um pouco de tudo. “Aprendi muito sobre operações financeiras, implementação de políticas e programas de cooperação e como se dá a articulação com outros países, governo federal e organismos internacionais”, conta.
A vaga no Centro de Excelência era atrelada às etapas finais de um projeto de três anos em parceria com a Fundação Bill & Melinda Gates. E as mudanças vieram rapidamente. Quatro meses depois de contratado com estagiário, uma vaga de Assistente de Projetos foi aberta. Gregory participou da seleção e foi bem-sucedido.
Ele lembra que aquele foi um dos momentos mais desafiadores do seu período no Centro. “A responsabilidade era grande, eu me dediquei à elaboração do relatório narrativo e orçamentário final de um projeto grande. Felizmente, eu pude contar com o apoio de outras pessoas do escritório nessa tarefa”, conta. Ele lembra que experiências anteriores e a vivência internacional (trabalhou na Inglaterra por dois anos como assistente social) ajudaram-no a estar preparado para enfrentar o desafio.
Outro momento que ele considera como gratificante foi a participação na elaboração do Projeto Além do Algodão. “Eu tive a oportunidade de aprender muito do que sei hoje sobre elaboração de um projeto, sobre como transformar uma ideia em algo factível”. Com o crescimento do projeto, uma nova vaga foi aberta, dessa vez a de Assessor de Projetos, e Gregory mais uma vez foi bem-sucedido na seleção.
Ainda durante a graduação, Gregory fez um estágio obrigatório no Ministério da Saúde. Lá ele teve o primeiro contato com o tema nutrição, o que acabou sendo útil para a etapa seguinte do trabalho no Centro. No final de 2019, o Centro de Excelência lançou, em parceria com o Ministério da Saúde, um projeto que tem como objetivo combater a dupla carga da má nutrição. “É um projeto novo que vai abrir muitas portas para o Centro, principalmente porque o Brasil está na vanguarda da Década de Ação para Nutrição das Nações Unidas, que vai até 2025”, explica.
Aprender sempre
Gregory confessa que tinha um pouco de preconceito sobre o trabalho das Nações Unidas antes de começar a trabalhar o Centro. Mas hoje, após quatro anos de dedicação, ele vê as coisas de maneira diferente. “Acho que a maioria dos preconceitos com relação às agências da ONU vem da falta de conhecimento. Além disso, pela natureza do nosso trabalho, o resultado nem sempre é visto de imediato. Muitas vezes, nosso trabalho só mostra resultados no médio e longo prazos”, pondera.
Outro elemento que ele considera gratificante no ambiente dos organismos internacionais é a constante oportunidade de aprender. “Pelo fato de o WFP trabalhar com vários países e culturas, eu aprendo muito e desenvolvo novas habilidades no dia a dia. E imagino que as pessoas envolvidas nos projetos sentem isso da mesma forma. Conseguimos nos apropriar das decisões e atividades muito pelo fato de o WFP ser uma agência inclusiva e participativa no desenvolvimento dos projetos. O sucesso da cooperação internacional nesse mundo cada vez mais interdependente e virtual exige a habilidade de navegarmos pelas diferenças culturais e isso é fascinante”, conta.