Como iremos alimentar um mundo que, em cerca de 30 anos, acolherá 10 bilhões de habitantes? Como alimentar mais e mais pessoas em meio a uma crise climática e a disponibilidade cada vez mais limitada de recursos naturais? E, principalmente, como alimentar essa população crescente com mais qualidade nutricional? Na semana do Dia Mundial da Alimentação (DMA), as Nações Unidas convidam os brasilienses a debater tais questionamentos em evento aberto para o público na próxima segunda-feira (14/10), no Museu Nacional.
Neste ano, o evento traz a chef de cozinha e ativista Bela Gil como convidada. Às 18h, ela irá falar sobre a importância de dietas saudáveis e suas consequencias para a sociedade e para o futuro do planeta. Após a palestra de Bela Gil, a parte externa do Complexo receberá uma aula de yoga a céu aberto com a professora Andrea Huges, com início marcado para 19h. Nesse mesmo horário, serão projetadas na cúpula do edifício frases sobre o desenvolvimento sustentável. As atividades são gratuitas e os interessados devem fazer suas inscrições nesse link.
O Dia Mundial da Alimentação de 2019, comemorado em 150 países no dia 16 de outubro, também marca o aniversário da fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 1945. Neste ano, as ações do DMA são uma realização da FAO junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), ao Centro de Excelência Contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e ao Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
O tema das celebrações deste ano é: “Nossas ações representam o nosso futuro: dietas saudáveis para um mundo sem fome”. A ideia na escolha desse slogan é a de que, a partir de uma alimentação mais diversificada e nutritiva – que depende não só de uma mudança comportamental de cada indivíduo, como também de políticas públicas que fomentem essa transformação social –, impactos começarão a ser sentidos nos mais diferentes cenários.A começar pela saúde da população.
Segundo o último relatório da FAO, enquanto a fome afetou 821 milhões de pessoas em todo o mundo em 2017, a proporção de adultos obesos chegou a 13,3% em 2016 – o equivalente a 672 milhões de pessoas. Já pessoas com sobrepeso ultrapassam o número de pessoas em insegurança alimentar. No Brasil, enquanto a fome atinge menos de 2,5% da população, a obesidade já afeta quase 20% dos brasileiros. Em algumas regiões, como o Nordeste, outras facetas da má nutrição ainda persistem: a desnutrição infantil, por exemplo, segue acima dos 5%.
“Em uma realidade na qual a má nutrição é uma das grandes chagas do mundo contemporâneo, reinventar a cultura alimentar, em todas as etapas da cadeia, é um chamado urgente. Uma mudança que terá consequências não apenas na melhor qualidade da alimentação da população, mas também na economia mundial, na erradicação da pobreza e no desenvolvimento sustentável do planeta”, alerta Rafael Zavala, representante da FAO no Brasil.
“Além de estar ligada com a questão nutricional dos indivíduos, a alimentação também interfere no desenvolvimento das sociedades por meio da educação, da agriculura, do desenvolvimento social e da saúde. Uma alimentação adequada e saudável é a base para o crescimento de qualquer ser humano e um ser humano bem alimentado pode transformar o mundo”, reforça o diretor do Centro de Excelência Contra a Fome do PMA, Daniel Balaban.