Daniel Balaban, Diretor do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, moderou, na sexta-feira, 3 de junho, a 5ª sessão de aquecimento para o Fórum Global do Agronegócio. A sessão abordou ações para a criação de sistemas alimentares sustentáveis e a promoção da segurança alimentar. O evento é promovido por grandes entidades do setor do agronegócio e é uma oportunidade para destacar os desafios atuais e possíveis soluções para combater a fome e promover sistemas alimentares sustentáveis.
Em seu discurso de abertura, Daniel Balaban destacou o aumento do número de pessoas que sofrem de insegurança alimentar aguda no mundo, que dobrou nos últimos 10 anos. Ao apresentar o tema da sessão, Daniel Balaban lembrou ao público os quatro principais fatores que causam fome no mundo: conflitos, choques climáticos, pandemia e aumento de custos. “O preço que o WFP está pagando pelos alimentos aumentou 50% em comparação com três atrás”, disse ele. “Precisamos discutir medidas urgentes, e é por isso que estamos aqui hoje: para discutir como podemos construir sistemas alimentares sustentáveis para erradicar a fome até 2030”, acrescentou Daniel Balaban.
O primeiro a apresentar foi Alexandre Rangel, sócio do Centro de Excelência em Agronegócios da EY. Ele detalhou os resultados do EY Future Consumer Index, um estudo sobre hábitos de consumo em todo o mundo para entender tendências e permitir mudanças. Em sua apresentação, Alexandre Rangel mencionou os quatro principais pilares da mudança, de acordo com os dados: inovação e tecnologia; mudanças na demografia; preocupações ambientais; e infraestrutura e logística.
De acordo com o estudo, os consumidores estão valorizando mais temas como rastreabilidade do produto, produção sustentável, compras de fornecedores locais, com o planeta e a saúde no topo da lista de prioridades. “Os consumidores querem sistemas alimentares que apresentem dados sobre os alimentos que consomem e mais personalização. Querem sentir que têm um certo nível de controle para comprar alimentos que se encaixem em suas necessidades, mas também ofereçam experiência e qualidade”, disse. “A Covid-19 acelerou uma tendência que temos monitorado nos últimos anos. Não há como não repensarmos os sistemas alimentares como um todo”, acrescentou Alexandre Rangel.
A segunda apresentação foi de Rogério Vian, agricultor e fundador do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS). O GAAS trabalha para melhorar o ambiente de produção e a vida do agricultor, incentivando economia circular e práticas inovadoras. Entre os projetos em andamento estão os de desenvolvimento de selo de certificação, melhoramento genético, desenvolvimento de maquinário, gestão de recursos e outros. Os objetivos do Grupo são fortalecer a economia regional, promover autonomia na gestão de conhecimento e promover a transferência de conhecimento. “Tentamos copiar a natureza para criar sistemas complexos que sejam estáveis e produtivos, com produção consorciada”, disse Rogério Vian.
O evento principal do Fórum do Agronegócio acontecerá nos dias 25 e 26 de julho. Mais informações podem ser encontradas aqui.