Ao longo desta semana, o Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil participou de dois eventos para discutir a criação de sistemas alimentares mais inteligentes e inclusivos, e também sobre ações para o combate à insegurança alimentar e nutricional. Na quarta-feira, 9 de junho, Daniel Balaban, Diretor do Centro de Excelência, participou do painel de abertura do segundo dia de palestras do FoodTech Forum, organizado pelo FoodTech Hub no Brasil. Já na quinta-feira, 10 de junho, o diretor participou de um painel sobre combate à fome durante a Conferência Ethos 2021.
O FoodTech Forum reuniu organismos internacionais, representantes de governos, sociedade civil e setor privado para discutir como a tecnologia e a inovação podem ajudar a construir um modelo de indústria sustentável, eficiente, saudável e inclusivo, como parte da agenda de eventos preparatórios à Cúpula dos Sistemas Alimentares das Nações Unidas. No painel de abertura, Daniel Balaban fez um alerta para o número de pessoas em insegurança alimentar no mundo (690 milhões) e também para a grande quantidade de alimentos desperdiçados todos os anos (26 milhões de toneladas somente no Brasil).
Ele também defendeu a criação de sistemas alimentares sustentáveis, que preservem o planeta. “A tecnologia tem papel fundamental nesse processo, especialmente com participação também da iniciativa privada, junto com as organizações da sociedade civil, organizações internacionais, governos e população”, disse Daniel Balaban. Ele também lembrou o alcance do WFP em mais de 80 países do mundo, tanto na distribuição emergencial de alimentos, quanto na formulação e execução de programas como os de alimentação escolar. “Isso só é possível com o apoio dos países e das fundações e organizações privadas que acreditam que somos capazes de construir um mundo melhor”.
Paulo Silveira, CEO do FoodTech Hub Brasil, moderou o painel de abertura, que também contou com Rafael Zavala, Representante da FAO no Brasil, Gabriel Delgado, Representante do IICA no Brasil, embaixador Sarquis José Buainain Sarquis, Secretário de Comércio Exterior do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Camargo, Secretário de Inovação do Ministério da Agricultura, e Marc Reichardt, CEO do Grupo Bayer Brasil.
Como acabar com a fome pela raiz?
No evento do dia 10 de junho, Daniel Balaban participou de uma mesa de diálogo sobre as ações para mitigar o crescimento da fome e da insegurança alimentar, com participação de Paola Carvalho, Diretora de Relações Institucionais e Internacionais da Rede Brasileira de Renda Básica, Tereza Campello, pesquisadora na Universidade de Nottingham, e Walter Belik, Professor na Unicamp e Diretor Adjunto do Instituto Fome Zero, com moderação de Rejane Romano, do Instituto Ethos.
Em sua fala, o diretor do Centro de Excelência do WFP fez o alerta: a fome é um fenômeno político, ela não surge do nada. “Não acredito que não tenhamos capacidade de não resolver um problema que tem solução”, disse Daniel Balaban. O fenômeno da fome é fruto da extrema pobreza, que é consequência da desigualdade e da concentração de renda. Assim, o caminho é identificar as raízes do problema e agir. “Dar alimentos é muito importante neste momento de crise, mas o problema só será resolvido por meio de políticas públicas sustentáveis. Seja no Brasil, na China ou na África Subsaariana”, disse. “Além disso, é preciso estimular a economia para diminuir a pobreza”, completou. O vídeo completo da mesa de diálogo está disponível aqui.