No dia 12 de fevereiro, o governo da Costa do Marfim lançou seu plano de implementação Fome Zero. O documento apresenta a revisão estratégica das iniciativas do país para fortalecer os esforços nacionais para alcançar Fome Zero até 2030, avalia o status da segurança alimentar, analisa os avanços e lacunas das políticas e programas existentes e propõe recomendações estratégicas.
O documento foi lançado pelo vice-presidente Daniel Kablan Duncan durante um evento com membros do governo, incluindo ministros e prefeitos, embaixadores e outros membros dos serviços diplomáticos e representantes do setor privado. As agências das Nações Unidas foram representadas pelo coordenador residente, Babacar Cisse. Manoj Junega, diretor executivo adjunto, representou o Programa Mundial de Alimentos.
Cerimônia
O relatório de revisão de Fome Zero foi apresentado durante o evento. Ele destaca as conquistas e as lacunas da Costa do Marfim em garantir segurança alimentar para todos. O país ainda possui 12,8% de sua população em situação de insegurança alimentar. No entanto, devido às políticas e aos programas existentes, essa porcentagem vem diminuindo.
O relatório e o plano de implementação foram preparados com o apoio do WFP e de outros parceiros. O escritório do WFP no país foi um dos principais promotores desse processo e trabalhou em estreita colaboração com diferentes setores do governo. A diretora do WFP no país, Adeyinka Badejo, e sua equipe acompanharam o governo nas consultas regionais e nacionais e apoiaram a instituição de pesquisa que realizou o estudo, CAPEC (Cellule d’Analyse de Politiques Economiques du CIRES).
Participaram do evento em Abidjan o diretor do escritório regional do WFP para a África Ocidental e Central, Abdou Dieng, e a diretora do WFP na Costa do Marfim, Adeyinka Badejo. O Centro de Excelência contra a Fome do WFP foi representado pelo vice-diretor Peter Rodrigues.
“O governo adotou um plano de nutrição multissetorial de 2016 a 2020 para combater a desnutrição e assegurar um ótimo estado nutricional para toda a população”, disse o vice-presidente Duncan. Ele também afirmou que “o plano de implementação Fome Zero é uma estratégia que inclui todas as políticas nacionais e que deve ser usado como uma bússola para orientar a implementação efetiva e eficiente de todas as iniciativas governamentais que visam promover um crescimento sustentável e inclusivo”.
“As políticas da Costa do Marfim para eliminar a fome até 2025 são excelentes “, disse o diretor executivo assistente do WFP, Junega.
Uma delegação da Costa do Marfim esteve no Brasil de 13 a 15 de dezembro para fortalecer o intercâmbio de conhecimento com o Brasil nas áreas de alimentação escolar, segurança alimentar e proteção social. Sob a liderança do vice-presidente Duncan, a delegação reuniu-se com várias autoridades brasileiras para conhecer as políticas que integram a estratégia do Brasil para garantir segurança alimentar, desenvolvimento rural e nutrição. “Esperamos aprender com a experiência brasileira e, como bons estudantes, queremos aprender tanto que seremos capazes de ensinar sobre alimentação escolar”, disse o vice-presidente Duncan na época.
A visita de estudo da Costa do Marfim foi organizada pelo Centro de Excelência contra a Fome do WFP, pelo escritório de país do WFP na Costa do Marfim e pela Agência Brasileira de Cooperação.
O plano
A Costa do Marfim tem uma série de planos e programas para alcançar a Fome Zero. O Plano Nacional de Nutrição Multissetorial, a Estratégia Nacional de Alimentação Escolar e o Programa Nacional de Investimentos Agrícolas são alguns deles. A alimentação escolar desempenha um papel importante na luta contra todas as formas de desnutrição. O WFP fornece refeições escolares equilibradas diariamente para 571 mil estudantes primários no país, e o governo tem uma visão para criar uma cantina para cada escola e um grupo de agricultores familiares para fornecer comida para cada uma das cantinas.
O plano de implementação Fome Zero aponta alguns desafios globais que a Costa do Marfim deve enfrentar para combater a fome: coordenação e operacionalização de programas, monitoramento e avaliação, fortalecimento de capacidade, financiamento e disparidades de gênero. O documento também enfatiza alguns desafios em setores específicos: desenvolvimento agrícola, mudanças climáticas, nutrição e proteção social.
Para superar esses desafios, o plano de implementação propõe uma série de recomendações e um plano de ação. O objetivo é acelerar a implementação de programas setoriais para alcançar a segurança alimentar e eliminar todas as formas de desnutrição.
O plano de ação envolve uma ampla gama de atividades multissetoriais que abordam a criação de cadeia de valor para agricultura, desenvolvimento de infraestruturas, acesso a água, disseminação de boas práticas em nutrição e incentivos para compras locais de alimentos para programas governamentais e alimentação escolar.