© Joelcio Carvalho/WFP
Até esta sexta-feira (25), um conjunto de tecnologias sociais brasileiras para captação de água, produção de sementes e preparação de alimentos terão sido construídas, em conjunto com a população local, em escolas públicas de quatro províncias no Quênia.
Entre estas tecnologias, tem destaque a construção de cisternas que habilitarão as escolas a terem água potável para consumo e para irrigação das hortas.
Essa ação é uma das atividades previstas na missão técnica do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil em parceria com a Fundação Rockefeller, o Governo Queniano, o WFP Quênia, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Embaixada do Brasil no Quênia.
Quatro cisternas já foram concluídas e, em três das escolas, hortas já foram criadas e fogões ecológicos construídos, sempre em conjunto com a comunidade local, para que eles aprimorem a técnica e possam reproduzi-la em outros locais da região. Resta apenas a construção de uma horta e um fogão para a conclusão da missão, no dia 27 de outubro.
O objetivo da iniciativa é fornecer às escolas a condição de estabelecer um programa local de alimentação escolar para as crianças, com alimentos nutritivos e produzidos localmente. A iniciativa vê como oportunidade a instituição de políticas de alimentação escolar, utilizando como inspiração o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Brasil.
As tecnologias em validação serão usadas como parte integrante de uma estratégia coordenada com o WFP Quênia e o governo queniano para construir um modelo que apoie o país no objetivo de universalizar a alimentação escolar, com a compra local de alimentos até 2030.
A proposta é integrar programas de alimentação escolar com a agricultura regenerativa, utilizando escolas como centros de cultivo de alimentos frescos e nutritivos, com o objetivo de fornecer alimentação saudável para as crianças e fortalecer a produção local de alimentos.
“A ideia foi usar a escola como um centro de treinamento: ir até a escola aprender como que faz a cisterna, como que faz a horta, como faz o fogão”, explicou Joelcio Carvalho, Coordenador de Parcerias do Centro de Excelência Contra a Fome do WFP no Brasil, que tem atuado diretamente na implementação do projeto no Quênia.
A missão inclui também várias oficinas de capacitação para agricultores locais produzirem nas hortas e para a criação de banco de sementes que garantem a autossuficiência e a multiplicação de sementes. Além disso, capacita para o uso do fogão ecológico, para utilização de medidores de chuva que monitoram a disponibilidade de água e para instalação dos filtros de água.
“Desta forma, os agricultores sabem como trabalhar melhor nas hortas e como guardar sementes. A escola vira um centro de multiplicação de sementes, que serão doadas para os alunos levarem a seus pais que são agricultores, para que eles também plantem”, afirmou Joelcio.
Esta iniciativa tem quatro pilares essenciais: fortalecer a produção de alimentos nas comunidades escolares, melhorar o acesso à água, melhorar o processamento de alimentos e o consumo saudável e contribuir para a segurança alimentar e nutricional.