A sanção da nova lei sobre doação de alimentos (Lei nº 14.016), em junho de 2020, abre caminhos para o combate ao desperdício de alimentos e a doação por parte de empresas produtoras e fornecedoras. Para discutir sobre a aplicação da lei no âmbito da política brasileira de segurança alimentar e nutricional, a Escola Superior do Ministério Público de São Paulo organizou um webinar em 20 de julho, que teve a participação de juristas, membros do Ministério Público e do Diretor do Centro de Excelência contra a Fome do WFP, Daniel Balaban.
Em sua apresentação, Daniel Balaban descreveu o trabalho humanitário do WFP, a situação da fome no mundo com base nos últimos dados do SOFI e as novas dificuldades geradas pela pandemia da Covid-19. Ele também alertou que a maioria da população em situação de insegurança alimentar é formada por mulheres e crianças. Além disso, 3 bilhões de pessoas no mundo não têm condições de consumir uma alimentação nutritiva, ao mesmo tempo em que 1/3 do que é produzido no mundo vai pro lixo (o equivalente a 1,3 bilhão de toneladas de alimentos).
Ele também ressaltou que, globalmente, a fome vinha desacelerando, mas o cenário vem mudando nos últimos anos. “Tivemos uma época de ouro a partir dos anos 2000, e esse ritmo estava interessante até cerca de 2016, quando o problema da fome voltou a crescer”, disse. “É importante que a gente saiba que a situação já vinha em uma tendência de piora e a pandemia está desnudando essa situação e mostrando que teremos um futuro de grandes desafios se não fizermos um trabalho coordenado”.
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