O governo de Bangladesh aprovou a Política Nacional de Alimentação Escolar que pretende prover 30% das necessidades nutricionais de todos os estudantes de escola primária do país. Isso significa que 14 milhões de crianças de 3 a 12 anos de idade em Bangladesh receberão alimentação escolar até 2023.
A nova política nacional foi aprovada pelo gabinete ministerial do governo durante sua reunião semana, conduzida pela primeira ministra Sheikh Hasina. A política foi elaborada com a participação de oficiais do governo e com as equipes técnicas do Centro de Excelência contra a Fome e do escritório do Programa Mundial de Alimentos (WFP) em Bangladesh, que vêm trabalhando juntas desde 2012 para aprimorar a alimentação escolar no país.
Cooperação
Bangladesh realizou uma visita de estudos ao Brasil em 2012 para um intercâmbio de informações sobre as soluções brasileiras para a alimentação escolar. Após a visita, eles criaram um piloto de alimentação escolar para testar os impactos de um programa estruturado de alimentação escolar no país. Quando começaram a aparecer os resultados positivos ne frquência, queda da taxa de abandono e desempenho escolar, o governo e o escritório de país do WFP decidiram avançar com a elaboração de uma política nacional de alimentação escolar. O Centro de Excelência tem oferecido assistência técnica ao país desde então.
A nova política
O governo vai criar uma autoridade nacional para alimentação escolar na estrutura do Ministério de Educação para implementar o programa. Quando a política estiver em pleno andamento em 2023, o governo vai oferecer uma refeição por dia de aula para cada estudante do nível primário.
Para cobrir as necessidades nutricionais básicas das crianças, o programa deve oferecer refeições quentes cinco dias por semana, além de biscoitos de alto índice proteico uma vez por semana. As refeições devem conter pelo menos quatro de 10 grupos de alimentos selecionados para garantir diversidade alimentar.
A situação da alimentação escolar
O programa de alimentação escolar está atualmente em modo piloto e provê biscoitos ricos em proteína para quase 3 milhões de crianças em mais de 15 mil escolas. Estudantes de escolas primárias em três regiões recebem refeições quentes.
O governo e o escritório de país do WFP financiam conjuntamente o programa de alimentação escolar. No projeto piloto, a frequência dos estudantes aumentou 11% nas escolas com refeições quentes e 6% nas escolas que servem biscoitos.
Há cerca de 6 mil escolas primárias em Bangladesh, com 14 milhões de estudantes. De acordo com a nova política, todas as escolas devem ser cobertas pelo programa até 2023.
“Refeições nutritivas têm um alto retorno do investimento, já que melhoram a saúde das crianças e sua produtividade ao longo da vida”, afirmou o representante do WFP em Bangladesh, Richard Ragan.
“Nós fornecemos assistência técnica a Bangladesh desde 2012. Recebemos oficias do governo para uma visita de estudos, enviamos uma consultora para liderar a elaboração da política e trabalhamos incansavelmente com o escritório do WFP no país para avançar na negociação dessa política. A aprovação da política é um testemunho do impacto duradouro da cooperação para o desenvolvimento, que é o coração do nosso trabalho”, afirmou Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome.