Nesta quarta-feira, 30 de novembro, o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (WFP) no Brasil participou do III Congresso Nacional dos Peritos Federais Agrários (CNPFA) na mesa redonda – Enfrentamento à fome, o papel do Estado e o protagonismo da agricultura familiar. O Oficial Sênior de Parcerias do Centro de Excelência, Igor Carneiro, participou da discussão junto a Tereza Campello, professora da USP e ex-ministra do Desenvolvimento Social, e Márcio Pochmann, professor da Unicamp e ex-presidente do Ipea.
O Congresso reúne autoridades, acadêmicos, gestores e profissionais para discutir a gestão da terra e dos recursos naturais no centro de uma agenda de sustentabilidade, bem como a busca de um novo modelo de reforma agrária, direitos territoriais, enfrentamento à fome, cadastro fundiário e a integração institucional, entre outros temas importantes. O evento acontece em Brasília, realizado pelo Sindicato Nacional dos Peritos Federais Agrários (SindPFA) entre 28 de novembro e 2 de dezembro de 2022.
No início do painel, Tereza Campello chamou atenção para a insegurança alimentar no meio rural. Segundo ela, políticas públicas voltadas para o pequeno e médio agricultor, além de aumentar a renda da população rural, contribuem para sistemas alimentares mais sustentáveis e para a melhora na oferta dos alimentos, com alimentos mais nutritivos e saudáveis. “Apesar da população rural ser muito menor que a urbana, a pobreza rural e a fome rural são mais severas, paradoxalmente”, alertou.
A ex-ministra também destacou o papel do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no combate à fome e à insegurança alimentar e o impacto na melhoria dos alimentos fornecidos às crianças quando a compra de alimentos da agricultura familiar local foi incorporada à essa política.
Igor Carneiro, Oficial do Centro de Excelência, apresentou o trabalho do Centro e do WFP no Brasil e no mundo e destacou o papel da agricultura familiar em alimentar a sociedade, a importância do apoio do Estado ao pequeno produtor e como as mudanças climáticas afetarão cada vez mais a insegurança alimentar e nutricional, inclusive na produção de alimentos. De acordo com dados do Programa Mundial de Alimentos, hoje cerca de 345 milhões de pessoas no mundo passam fome severa, e mais de 1 bilhão estão na insegurança alimentar, mas essa realidade não é resultado de uma crise de abastecimento. “Nós produzimos suficiente comida para alimentar o mundo inteiro, a fome não é somente uma questão de produção, é uma questão de acesso, de distribuição e de desperdício”, afirmou Igor.
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