Programas de alimentação escolar estendem seus benefícios muito além do valor educativo e nutricional para crianças vulneráveis, criando empregos e contribuindo para o crescimento da agricultura, economia e estabilidade social para comunidades inteiras, afirma o novo relatório da Global Child Nutrition Foundation (GCNF), intitulado Programas de Alimentação Escolar no Mundo. Enquanto muitos países estão investindo em programas de refeições escolares, a cobertura é mais fraca justamente onde ela é mais necessária. O relatório é baseado no Questionário Global de Programas de Alimentação Escolar conduzido em 2019 pela GCNF. O Centro de Excelência contra a Fome do WFP apoiou a GCNF com a coleta de dados no Brasil e outros países lusófonos.
O documento apresenta um panorama de programas de alimentação escolar ao redor do mundo, com capítulos focados em características específicas desses programas. O Programa Nacional de Alimentação Escolar brasileiro, que é vinculado à agricultura local e o segundo maior em número de crianças alcançadas, é relatado como um caso de sucesso em todo o documento. O relatório destaca algumas características do programa brasileiro, como o componente de apoio a agricultores familiares para o acesso a mercados. O programa também estipula que hábitos alimentares regionais devem ser respeitados e prioriza a participação comunitária.
O relatório revelou que 85 dos 103 países que responderam têm um ou mais programas de alimentação escolar de grande escala, que servem um total estimado de 297.3 milhões de crianças no mundo todo. Quase 3/4 dos países afirmaram que seus programas de alimentação escolar podem agir como redes de segurança social, fornecendo alimento a crianças pobres ou vulneráveis, representando uma transferência de renda para as famílias beneficiadas, que podem investir em outras refeições em suas casas.
Mais recentemente, como a maioria das escolas foi fechada em todo o mundo devido à pandemia, as famílias têm enfrentado uma limitação no acesso a programas de alimentação escolar. Muitos países da União Europeia, América Latina e África Ocidental puderam entregar kits alimentares ou refeições emergenciais, que foram importantes fontes de alimentação e nutrição para as crianças, além de um apoio essencial às famílias durante essa crise sanitária.
O questionário destaca que, enquanto o financiamento continua sendo um desafio em muitos países, fica evidente que os programas têm mais sucesso quando suas fontes de recursos são delimitado no orçamento nacional. Os países também reconhecem que programas de alimentação escolar contribuem significativamente para o empoderamento igualitário de mulheres quando enfatizam empregos formais e salários justos. Muitos países relataram que as mulheres são maioria entre agricultoras familiares que abastecem seus programas; em muitos outros, 75% ou mais das cozinheiras nas escolas são mulheres, mas 31% dos programas relataram que poucas ou nenhuma merendeira recebe pagamento por seu trabalho.
Saiba mais sobre o relatório, baixe o documento (em inglês) e acesse outros recursos neste microsite.