Na quinta-feira, 15 de abril, o Diretor do Centro de Excelência contra a Fome do WFP no Brasil, Daniel Balaban, participou de um evento on-line promovido pelo Conselho Federal de Nutricionistas (CFN). O evento teve como tema o aumento da fome no Brasil, os seus impactos no campo e na cidade, e o papel do nutricionista como agente de transformação. O evento foi transmitido ao vido pelo YouTube e contou com a participação de centenas de nutricionistas de várias regiões do Brasil.
Em sua fala, Daniel Balaban alertou que a insegurança alimentar tem se agravado no Brasil na última década. “A fome acontece por causa das desigualdades sociais, por causa da concentração de renda”, disse Daniel Balaban, ao falar sobre a importância das políticas públicas para que o combate à fome aconteça de forma estruturada. “Se queremos um dia acabar com a fome no mundo, teremos que trabalhar a concentração de renda. Precisamos ir na raiz do problema, precisamos discutir políticas públicas”, disse.
Ele também falou do importante papel dos nutricionistas nesse processo: “O nutricionista vive essa realidade todos os dias e a política pública está completamente inserida nas atividades desses profissionais”. Como exemplo, ele citou o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que atende mais de 40 milhões de crianças no Brasil e é considerado um exemplo que inspirou políticas públicas em vários países no mundo.
O evento foi moderado pela nutricionista e vice-presidente do CFN, Nancy Aguiar, e também teve a participação da nutricionista e professora Sandra Chaves, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da nutricionista Regina Oliveira, do Coletivo de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado do Rio de Janeiro (Cosan/RJ) e integrante do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN).
Em sua fala, Sandra Chaves falou de diferentes pesquisas sobre segurança alimentar no Brasil e apresentou dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN). “É fundamental termos em mente que a pandemia é um fator importante, mas não é o único para essa situação de insegurança alimentar no país”, disse, ao mostrar que o número de famílias em insegurança alimentar vem aumentando desde 2015.
Já Regina Oliveira falou do trabalho de campo desenvolvido em municípios do Rio de Janeiro, especialmente na zona rural. Ela também falou do papel do nutricionista na promoção da segurança alimentar e na garantia do direito humano à alimentação. “A missão do nutricionista é garantir o direito humano à alimentação para todos, uma alimentação adequada e saudável, a partir das nossas praticas profissionais”.